Maíra Takahashi Felicíssimo (1)
Residente Médica de Psiquiatria da Infância e da Adolescência do Instituto Phelippe Pinel, Afiliação: ESAM Escola de Saúde Mental do município do Rio de Janeiro.
Augusto Soares de Carvalho (2)
Médico graduado na UFES, Perito médico Previdenciário, médico Legista da Policia Civil do Estado do Espírito Santo, Título de Especialista em Medicina Legal e Perícias Médicas, filiação: INSS.
No panorama atual, boas condições de trabalho e a saúde mental dos médicos e profissionais da saúde são ferramentas imprescindíveis para melhoria da qualidade da atenção a saúde em todos os seus níveis. O presente trabalho objetiva analisar as facetas do estresse, seu papel benéfico no mais das vezes esquecido ou negligenciado quando de seu estudo, e algumas das tentativas, sistemáticas ou não, de alguns autores interessados no campo para conceituá-lo. Identificam-se alguns fatores predisponentes do estresse e outros agravantes e reconhece-se também a limitação ou predisposição pessoal para experimentá-lo em grau patológico. Quando levamos este debate para o campo das relações saúde-trabalhador, encontramos em Dejours (1992) a afirmação de que o trabalho prazeroso é aquele no qual cabe ao trabalhador parte importante de sua construção. A análise dos fatores relacionados à dimensão psicossocial do trabalho tem sido amplamente estudada a fim de através de um modelo teórico e metodológico aplicar e justificar relações existentes entre saúde e trabalho. Merece destaque, o modelo Demanda-Controle (Job Strain Model), elaborado por Karasek (1979). Percebe-se que o trabalho, em si, é elemento socializador e norteador da vida do homem, necessário para a sua realização pessoal e a construção de sua vida biográfica, tão fundamental para manutenção da boa saúde na vida biológica. Entende-se que o estresse ocupacional não é decorrente da relação simples homem-trabalho, mas sim do desequilíbrio que pode haver entre o estímulo provocado pelo labor e a resposta experimentada pela pessoa. Conclui-se que diante de um mesmo estímulo, nem todos sofrem da mesma maneira e na mesma intensidade, e alguns sequer sofrem. Mediante pesquisa bibliográfica com análise qualitativa dos dados, são identificados os atores sociais envolvidos na saúde e o impacto provocado pelo estresse em ambiente de trabalho, aqui trabalhos qualitativos com aquele escopo, colhidas para sua execução opiniões de médicos e outros profissionais de saúde, em níveis variados de complexidade da assistência e com diferenciadas maneiras de contato com o paciente, com seu sofrimento e com o dos familiares, além de diversas formas de execução do trabalho médico em geral, desde a assistência básica até a especialidade.
Referências bibliográficas
REFERÊNCIAS
1 – CAMARGO D. A., CAETANO D., GUIMARÃES L. A. M. Psiquiatria Ocupacional, Aspectos conceituais, diagnósticos e periciais dos transtornos e do comportamento relacionados ao trabalho. São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte: Editora Atheneu; 2011.
2 – CORREA, Raphael Millet Camarda. Saúde do Trabalhador na Sociedade Brasileira Contemporânea. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 18, n. 3, p. 893-894, Mar. 2013. Disponível em: <http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232013000800035&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 04 Dez. 2015.
3 – SILVA, Jorge Luiz Lima da et al . Fatores psicossociais e prevalência da síndrome de burnout entre trabalhadores de enfermagem intensivistas. Rev. bras. ter. intensiva, São Paulo, v. 27, n. 2, p. 125-133, Jun. 2015. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-507X2015000200125&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 04 Dez. 2015.
4 – SOUZA, Wladimir Ferreira de. Transtornos mentais e comportamentais relacionados ao trabalho: o que a psicologia tem a dizer e a contribuir para a saúde de quem trabalha?.Fractal, Rev. Psicol., Rio de Janeiro, v. 25, n. 1, p. 99-108, Abr. 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-02922013000100007&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 04 Dez. 2015.