Anderson Thiago Nobre de Camargo (1),
Cleverson Redivo (2),
Luciana Botinelly Mendonça Fujimoto (3)
(1) Acadêmico de medicina/bolsista de iniciação científica. Universidade Federal do Amazonas. Fone: (92) 99171-8758. E-mail: anderson.tndecamargo@gmail.com
(2) Co-orientador de iniciação científica, Esp. Universidade Federal do Amazonas/Instituto Médico Legal. Fone: (92) 98427-0940. E-mail: credivo@csoam.com.br
(3) Orientadora de iniciação científica, Dra. Universidade Federal do Amazonas. Fone: (92) 99981-4649. E-mail: olfujimoto@gmail.com
Endereço para correspondências: Faculdade de Medicina. Departamento de Patologia e Medicina Legal. Rua Afonso Pena, 1053, Praça 14 de Janeiro. CEP: 69020-160.
O aumento da frota de veículos tem sido um fenômeno mundial, entretanto o sistema viário e o planejamento urbano não têm conseguido acompanhar este ritmo de crescimento. Neste cenário, nos últimos anos, observa-se o aumento no número de acidentes de trânsito envolvendo vítimas fatais, principalmente os mais jovens, ocupando o segundo lugar entre as causas externas. Com o objetivo de caracterizar a distribuição dos acidentes de trânsito com vítimas fatais no município de Manaus foi realizado um estudo retrospectivo, exploratório e observacional com variáveis quantitativas e qualitativas como sexo e idade das vítimas, meses do ano, dias da semana, horário de ocorrência, tipificação dos acidentes de trânsito e principais lesões corporais e causas de morte no ano de 2014, cujos dados foram obtidos pelos registros do Instituto Médico Legal e excluindo-se mortes fora da área geográfica de Manaus ou cujos dados estavam incompletos. Foram utilizadas medidas de frequência e tendência central na avaliação dos dados. Foram registradas 377 mortes periciadas no IML, sendo 77 dados incluídos nos critérios de exclusão desta pesquisa. Dessa forma, analisaram-se 260 óbitos, cujo coeficiente de mortalidade encontrado foi de 12,8 mortes por 100 mil habitantes e 4,1 mortes por 100 mil veículos. A principal faixa etária das vítimas situou-se entre 15 a 29 anos (36,5%), com predomínio do sexo masculino no obituário geral (76,54%), representando 3,5 homens para cada 1 mulher. Os óbitos ocorreram predominantemente no mês de março (16%), aos fins de semana (38%) e no horário noturno (30,4%). O principal tipo de acidente encontrado foi colisão (39%), seguido de atropelamento (37,7%), ocorridos principalmente na Avenida Djalma Batista (7,7%), causando lesões mais graves em crânio (51%), evoluindo com traumatismo cranioencefálico (60%), o qual ao óbito das vítimas. Concluiu-se que a prevenção destas mortes requer mudanças políticas, sociais, econômicas e culturais locais, destacando as ações de Saúde Pública e da Epidemiologia, que devem identificar estes grupos de risco, auxiliando no desenvolvimento de medidas de prevenção.
REFERÊNCIAS:
ALMEIDA, R. L. F.; et al. Via, homem e veículo: fatores de risco associados à gravidade dos acidentes de trânsito.Revista Saúde Pública, vol. 47, n. 4, p. 718-731, 2013.
BACCHIERI, G.; BARROS, A. J. D. Acidentes de trânsito no Brasil de 1998 a 2010: muitas mudanças e poucos resultados. Revista Saúde Pública, vol. 45, n. 5, p. 949-963, 2011.