Aline Bruehmueller Ale Fernandes1; Paulo Luiz Batista Nogueira2; Maristela da Silva Andreoni3; Igor Lucas Pinheiro de Sousa4; Jordana Gasparelo Santi5;
1 Graduada em Medicina pela Universidade de Cuiabá, Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia, mestre em ambiente e saúde pela UNIC, professora do Curso de Medicina do Centro Universitário de Várzea Grande/UNIVAG. E-mail alineale@zipmail.com.br.
2 Graduado em Medicina, Residência Médica em Cirurgia Geral e Residência Médica em Cirurgia Pediátrica, mestre na área de Cirurgia, Nutrição e Metabolismo pela UFMT. Coordenador do Curso de Medicina do Centro Universitário de Várzea Grande/UNIVAG. E- mail paulolbnogueira@gmail.com.
3 Graduada em Medicina pela Universidade de Cuiabá, pós-graduada em Dermatologia Clínica e Dermatologia Estética Avançada pelo Instituto Superior de Medicina e Dermatologia (SP) e em Nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), professora do Curso de Medicina do Centro Universitário de Várzea Grande/UNIVAG. E-mail maristela.andreoni@gmail.com.
4 Graduando em medicina pelo Centro Universidade de Várzea Grande/UNIVAG. E-mail igor_lucas9@hotmail.com.
5 Graduanda em medicina pelo Centro Universidade de Várzea Grande/UNIVAG. E-mail jordanasanti@hotmail.com.
RESUMO
Desde a década de 1980, o perfil de óbitos em menores de 18 anos no Brasil mudou de forma considerável, sendo que as causas externas se tornaram responsáveis pela maioria das mortes nesta faixa etária.6 Em vista da magnitude dessa problemática e devido a carência de análises atuais sobre o tema, realizou-se um estudo com o objetivo de caracterizar as principais causas de mortes violentas em menores de 18 anos. Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo do tipo transversal, retrospectivo, no qual foi realizada a revisão dos laudos médico-legais dos indivíduos necropsiados no Instituto Médico Legal (IML) de Cuiabá entre os anos de 2015 a 2016. No total, avaliaram-se 123 laudos médico-legais. Os dados coletados foram a idade, sexo, cor da pele, causa da morte, circunstância, local e histórico do óbito. Posteriormente, estes foram submetidos a uma análise estatística descritiva e analítica, realizada pelo programa Epi Info versão 7 e transferidos para planilhas do Microsoft Excel para construção de gráficos e tabelas, contendo números absolutos e percentuais. Em 2016 foram mais 155 mil mortes por causas externas no Brasil, sendo que 21 mil indivíduos eram menores de 19 anos.7 Ainda nesta faixa etária e no mesmo ano, mais 11 mil indivíduos vieram a óbito por agressões, 900 por lesões autoprovocadas voluntariamente e aproximadamente 7 mil por acidentes de transporte.8 Observou-se também, em estudos anteriores, como fator de risco para a morte de causa violenta: ser do sexo masculino, estar entre a faixa etária de 10 a 18 anos, de baixa renda e não-branco.9,10 Em concordância com essas literaturas, no presente estudo, evidenciou-se que o maior percentual de óbitos foi de indivíduos de 13 a 18 anos, do sexo masculino e de cor parda. Os acidentes de trânsito e a perfuração por arma de fogo foram responsáveis por 52,03% das mortes, tendo como consequência a principal causa de morte, o traumatismo cranioencefálico. Conclui-se que o aumento dos óbitos em menores de 18 anos na cidade de Cuiabá está associado ao contato, cada vez mais precoce com a criminalidade, sendo expostos a agressões, armas de fogo e acidentes com maior frequência. Sendo assim, ressalta-se a necessidade de uma combinação de medidas preventivas para possível redução desses índices.
Referências bibliográficas
6 MINAYO, Maria Cecília de Souza. A violência na adolescência: um problema de saúde pública. Cadernos de Saúde Pública, v. 6, p. 278-292, 1990.
7 BRASIL, Ministério da Saúde. Banco de dados do Sistema Único de Saúde — DATASUS. Informações de Saúde, Sistema de Informações sobre Mortalidade. Disponível em: http://www.datasus.gov.br/catalogo/sim.htm. Acesso em 10 de junho de 2018.
8 BRASIL, Ministério da Saúde. Banco de dados do Sistema Único de Saúde — DATASUS. Informações de Saúde, Sistema de Informações sobre Mortalidade. Disponível em: http://www.datasus.gov.br/catalogo/sim.htm. Acesso em 10 de junho de 2018.
9 BARROS, Maria Dilma de A.; XIMENES, Ricardo; DE LIMA, Maria Luiza C. Mortalidade por causas externas em crianças e adolescentes: tendências de 1979 a 1995. Revista de Saúde Pública, v. 35, p. 142-149, 2001.
10 DESLANDES, Suely F. Atenção a crianças e adolescentes vítimas de violência doméstica: análise de um serviço. Cadernos de Saúde Pública, v. 10, p. S177-S187, 1994.