Maria Júlia Parcias do Rosario , médica residente em Medicina do Trabalho no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, R. Alcides Cruz 346 – Porto Alegre – RS,(48) 991686435, mjrosario@hcpa.edu.br ;
Morgana da Silva Miller, médica residente em Medicina do Trabalho no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, R. Jeronimo de Ornelas 527 – Porto Alegre – RS , (92) 991267134, msmiller@hcpa.edu.br ;
Camila Siqueira Alves, médica residente em Medicina do Trabalho no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Av. Protásio Alves 771 – Porto Alegre – RS , (51) 983573128, camilaeletric@gmail.com ;
Abel Raimundo Viga do Rosario, médico Ortopedista e médico do Trabalho , professor da Universidade do Estado de Santa Catarina, R. João Meirelles 967 – Florianópolis – SC, (48) 988220591, abel.rosario@gmail.com ;
Silvia Rosane Parcias, doutora em neurociências pela Universidad de Zaragoza, professora da Universidade do Estado de Santa Catarina, R. Felipe Schimidt 657 – Florianópolis – SC, (48) 999270096, sil_pa13@hotmail.com.
RESUMO
Os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) causam diversos sintomas e são um dos principais motivos de afastamento e realização de perícias médicas entre os trabalhadores, gerando alta demanda para o poder judiciário. Assim, este estudo visa identificar o perfil epidemiológico de trabalhadores de uma região sul do Brasil, submetidos á perícia médica judicial ortopédica em uma instituição pública federal através da análise de 60 laudos de perícias médicas realizadas no período de outubro á dezembro de 2017, mediante análise descritiva retrospectiva, transversal e de abordagem quantitativa dos dados. Observou-se uma maioria do sexo masculino (56,6%) sendo 43,3% com idade inferior á 50 anos e a escolaridade ensino fundamental incompleto correspondeu á metade dos avaliados, sendo somente 1 caso de ensino superior completo. As profissões mais prevalentes foram na área de pesca (15%), auxiliar de produção (15%), pedreiro (13,3%) e faxineira (10%), apresentavam como queixas principais dor em membros inferiores (55%) e dor em coluna (53,3%) sendo a maioria com menos de 5 anos de desenvolvimento da doença. O número de submetidos ao tratamento somente medicamentoso e ao tratamento combinado com fisioterapia foi praticamente igual. Os principais diagnósticos apresentados pelos médicos assistentes foram Lombalgia (56,6%), Tendinobursite trocantérica de fêmur (50%) e Cervicalgia (30%). Durante as perícias realizadas, a maioria teve o exame físico alterado (42%), todas foram consideradas doenças não relacionadas ao trabalho, sendo destas somente 26,6% incapacitantes e a maioria com incapacidade temporária (75%). Conclui-se então que as principais queixas estiveram relacionadas á dores em coluna e membros inferiores, sendo todas não relacionadas ao trabalho e a maioria não incapacitante.
Referências bibliográficas
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