Fernanda Garske Almansa (1)
Fabrício Wilsmann Curi Pereira (1)
Rafaela Pasini (1)
Tiago Cecchini (1)
Eduardo Ekman Tisbierek (1)
Carin Burtet (1)
Vitor Alves (2)
André Cecchini (3)
(1) Acadêmicos de Medicina da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA – Canoas)
(2) Perito Médico Legista PML/Canoas
(3) Professor de Medicina Legal e Deontologia da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA -Canoas)
Contato: fernandagarske@live.com; (53)999728181; Av. Loureiro da Silva nº 1788, Apto. 605 – Cidade Baixa, Porto Alegre – RS, CEP 90050-240.
RESUMO
Introdução: O suicídio é um complexo problema de saúde pública¹, que acarreta graves consequências às famílias das vítimas e à sociedade e, segundo a OMS, é uma das dez maiores causas de morte no planeta². Este estudo tem como objetivo analisar e correlacionar dados epidemiológicos dos suicídios ocorridos na região metropolitana de Porto Alegre entre 2011 e 2015.
Metodologia: Estudo retrospectivo e transversal realizado através da análise de prontuários eletrônicos do Posto Médico Legal do Hospital Universitário da ULBRA em Canoas, Rio Grande do Sul, incluindo 221 vítimas de suicídio em cidades da região metropolitana de Porto Alegre, no período de 2011 a 2015. As variáveis analisadas foram: idade, sexo, etnia, meio de suicídio, sazonalidade e datas comemorativas (natal, ano novo, carnaval e páscoa). As variáveis quantitativas foram descritas por média e desvio padrão ou mediana e amplitude interqualítica, e as qualitativas por frequências absolutas e relativas. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da ULBRA, CAAE:73909117.4.0000.5349.
Marco conceitual: O suicídio é um grave problema de saúde pública frequentemente omitido em todo o mundo³. Sendo assim, este trabalho visa contribuir com a literatura, ainda escassa, acerca dos aspectos epidemiológicos do suicídio no Brasil, possibilitando que os profissionais da saúde e o restante da sociedade possam reconhecer fatores de risco que estão associados ao suicídio. Resultados: Das 221 vítimas, 82,8% eram do sexo masculino, 93,2% brancas, as idades variaram de 13 a 95 anos (média 44,97±18,29), e os principais meios foram por enforcamento (66,5%) e arma de fogo (20,4%). Foram significativas as relações entre o meio de suicídio e sexo e entre o meio de suicídio e sazonalidade. Verificou- se maior incidência de suicídio entre os homens no período da primavera-verão. Não foram significativas as relações entre idade e sexo/ sazonalidade/ datas comemorativas/ etnia/ meio de suicídio, ou entre meio de suicídio e datas comemorativas/ etnia.
Conclusão: Para reduzir efetivamente o número de mortes por suicídio, é imprescindível conhecer sua epidemiologia, a fim de aprimorar as políticas preventivas de saúde pública.
Referências bibliográficas
- BAPTISTA, M.N.; BORGES, A. Suicídio: aspectos epidemiológicos em Limeira e adjacências no período de 1998 a 2002. Estud. psicol. (Campinas), Campinas , v. 22, n. 4, p. 425-431, dez. 2005.
- ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Prevenção do suicídio: um manual para médicos clínicos gerais. Genebra: Organização Mundial da Saúde, 2000.
- BOTEGA, N.J. Prática Psiquiátrica no Hospital Geral: interconsulta e emergência. Porto Alegre: Artmed, 2002.