Ana Luiza Queiroz da Silva Lacerda (1)
Matheus César Arvelos Gomes (2)
Sara Eloisa Queiroz da Silva Lacerda (3)
Marcelo Mari de Castro (4)
Aldeir José da Silva (5)
1Acadêmico de Medicina, Centro Universitário de Belo Horizonte. Rua Raposo Bocarro, 36/301 – Nova Cachoeirinha, Belo Horizonte – MG, 31.250-580. Contato: (31) 99195-9788; aninhallacerda@hotmail.com
2Acadêmico de Medicina, Centro Universitário de Belo Horizonte. Rua Capitólio, 566 – Santo André, Belo Horizonte – MG, 31.210-570. Contato: (31) 98936-3735; matheusarvelos2@gmail.com
3Acadêmico de Medicina, Centro Universitário de Belo Horizonte. Rua Raposo Bocarro, 36/301 – Nova cachoeirinha, Belo Horizonte – MG, 31.250-580. Contato: (31) 99967-1402; saraelacerda90@gmail.com
4Médico Legista Nível III, Instituto Médico Legal de Belo Horizonte – IML-BH. Rua Araguari, 1.312/101 – Santo Agostinho, Belo Horizonte – MG, 30.190-111. Contato: (31) 99624-7674; marcelomaricastro@gmail.com
5Técnico em Anatomia e Necrópsia – Papiloscopista, Departamento de Anatomia e Imagem da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. Rua Antônio Pio da Rocha, 41 – Alvorada, Contagem – MG, 32.042-630. Contato: (31) 99935-3463; aldeirnecroterio@icb.ufmg.br
INTRODUÇÃO
A identificação é definida por França (2017) como o conjunto de diligências cuja finalidade é levantar uma identidade. Dentre as inúmeras formas de se aplicar o processo de identificação, tem-se a técnica datiloscópica, uma análise dos tipos fundamentais (TF) e dos pontos característicos (PC) que permitem determinar a coincidência entre uma impressão digital dubitável e, outra, indubitável (Silva et al, 2018). Entretanto, nem sempre é possível registrar adequadamente o padrão datiloscópico epidérmico externo de um cadáver. Para essas variedades devem ser utilizadas técnicas especiais de necropapiloscopia.
RELATO DE CASO
Relata-se o caso de um cadáver desconhecido em avançado estado de putrefação, sendo necessária a aplicação de uma técnica especial para revelação das impressões digitais. Foi extirpado o quarto quirodáctilo esquerdo onde, após higienização, aplicou-se uma pasta de silicone (Microsil) em face anterior da derme. Da técnica, foi apurado um molde que foi fotografado digitalmente em lente Macro e auxílio de luz direta, do qual pôde assinalar 12 PC coincidentes com o registro de filiação legal.
DISCUSSÃO
As técnicas de necropapiloscopia são aplicadas em casos onde a putrefação gera dano ao tecido epitelial das polpas digitais, impedindo a observação dos padrões datiloscópicos epidérmicos superficiais (PDES). Nesses casos, a camada mais profunda pode revelar detalhes do padrão datiloscópico dérmico (PDD), determinado pelas impressões negativas criadas pelas projeções epidérmicas profundas. Estudos conduzidos por Silva et al (2018) demonstraram que registros físicos artificiais dos PDD, quando coletados com qualidade, guardam exata relação morfológica com os registros epidérmicos existentes, garantindo a segurança na comparação entre um PDD (sem registros) e um PDES de filiação legal (Mizokami et al, 2015). O PDD pode ser copiado para uma pasta de silicone branca moldável (Microsil®), cujo molde apurado pode revelar o TF e os PC, necessários ao confronto para identificação, com muito mais eficiência, quando comparado à placa datiloscópica, devido à sua característica de adequação à superfície (Zile, 2013).
CONCLUSÃO
O caso relatado demonstrou a viabilidade da superfície dérmica para identificação, além de introduzir o uso do Microsil®, pela necropapiloscopia, nas impressões digitais comprometidas pelo decurso do tempo.
Referências bibliográficas
Referências
- Zile A. Theoretical and Practical Aspects of Possibilities of Visualization and Seizure of Papillae Pattern Prints from Fruit and Vegetables. The materials of the International Scientific Conference Social Sciences for Regional Development 2012: Impact of the Financial Capital on the Regions Economic Competitiveness, November, 2012.
- França GV. Medicina Legal. 11ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda.; 2017
- Mizokami LL, Silva LRV, Kückelhaus SAS. (2015). Comparison between fingerprints of the epidermis and dermis: Perspectives in the identifying of corpses. Forens Scie Intern. 2015;252: p77-81. doi:10.1016/j.forsciint.2015.04.019
- Silva J. et al (2018). Relación entre el Patrón Dactiloscópico Epidérmico y Dérmico. Int. J. Morphol.[online]. 2018;36(4): p1290-1297. http://dx.doi.org/10.4067/S0717-95022018000401290 .