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A REALIZAÇÃO DA AUTÓPSIA VIRTUAL DURANTE A PANDEMIA CAUSADA PELO CORONAVÍRUS 2019: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Os autores informam não haver conflito de interesse.

Aída Maria Ferrário de Carvalho Rocha Lôbo (1)

Gabriel Lessa de Souza Maia (1)

Izis Karoliny Ferreira Vieira (1)

Jayme Marden Mendonça de Amorim (1)

Rodrigo Montenegro de Pereira Campos (1)

Gerson Odilon Pereira (1)

(1) Centro Universitário Tiradentes – UNIT. Maceió, AL.

e-mail:  aida.maria@souunit.com.br

INTRODUÇÃO

A virtópsia consiste em utilizar métodos de imagem que são usados na medicina clínica (como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética) para investigar o detalhamento da morte, sendo considerada, assim, uma autópsia virtual sem contato físico. Nesse viés, diante da atual pandemia pelo coronavírus 2019 (COVID-19), a presente revisão de literatura teve como objetivo avaliar a ocorrência de vantagens na realização da virtópsia durante a pandemia de COVID-19.

MÉTODO

Tratou- se de uma revisão bibliográfica nas plataformas PubMed e BVS, usando o descritor “coronavirus infection” e o termo “virtopsy”, com o operador boleano “AND”. A revisão foi realizada em novembro de 2020, com o filtro de publicações restringidas a um ano antes. Foram selecionados 4 artigos e, após a leitura dos resumos, foram excluídos os estudos repetidos e os que não tratavam da temática escolhida, permanecendo somente 2 artigos viáveis.

RESULTADOS

A realização da autópsia convencional durante a pandemia pelo Covid-19 deve ser evitada, uma vez que possui riscos de contaminação para os profissionais que a realizam (1). A utilização da virtópsia possui limitações intrínsecas à efetivaçao dessa abordagem, contudo os dados acumulados de imagens virtuais possuem valor para a análise do mecanismo patológico e diagnóstico de COVID-19 (2). Verificou-se que a imagem de corpo inteiro, analisada durante a autópsia virtual, é bastante válida na identificação de lesões menores e daquelas situadas em locais de difícil acesso. Além disso, durante a autópsia virtual podem ser examinadas áreas como pelve, coluna vertebral e membros, áreas estas que normalmente não são avaliadas sem cortes na autópsia convencional. Outrossim, as imagens dos exames realizados ficam disponíveis para análises posteriores, caso seja necessário. É destacado também que, na falta da tomografia computadorizada ou da ressonância magnética, podem ser utilizados aparelhos portáteis de raios-X e ultrassonografia, tornando viável a possibilidade de realização da modalidade virtual como opção de investigação post-mortem.

CONCLUSÃO

Todos os artigos avaliados trouxeram vantagens na utilização da modalidade virtual como opção de investigação. Além disso, também foi ressaltada a diminuição de riscos aos médicos e técnicos da saúde que realizam a autópsia convencional.


Referências bibliográficas

  1. Kanchan, T. et al. The advantages of virtopsy during the Covid-19 pandemic. Med Leg J. p. 55-56. 2020.  Disponível em: <https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/0025817220943035>. Acesso em 29.11.2020
  2. Coolen, T. et al. Early postmortem brain MRI findings in COVID-19 non-survivors. Neurology. p. e2016-e2027. 2020. Disponível em: <https://n.neurology.org/content/95/14/e2016>. Acesso em 29.11.2020