Os autores informam não haver conflito de interesse.
Layane Xavier Sales (1)
Ana Laura Araujo Valença de Oliveira (1)
Mateus de Souza Cavalcanti (1)
Lara Moreira de Souza Farias (1)
Nancy Silva de Souza Cavalcanti (2)
(1) Centro Universitário Tiradentes. Maceió, Alagoas.
(2) Polícia Técnica da Bahia. Salvador, Bahia.
e-mail: layane.xavier@souunit.com.br
INTRODUÇÃO
Devido à transmissão viral de COVID-19 por contato e por micropartículas, para reduzir a contaminação dos profissionais, determinou-se a não realização de autópsias em indivíduos que tenham diagnóstico de COVID-19 pregresso ou como suspeita de causa de morte no Brasil. Apesar disso, outros países mantiveram a realização completa das autópsias, como EUA e Alemanha, demonstraram-se essenciais para diferenciar a causa mortis e aprofundar o conhecimento sobre essa patologia.
MÉTODO
Pesquisa bibliográfica qualitativa obtida com a busca nas bases de dados em saúde: Editora do Ministério da Saúde, Lilacs, Medline, SciELO, PubMed. Na plataforma PubMed, utilizou-se os descritores “AUTOPSY” AND “COVID-19” AND “POSTMORTEM”, no último ano, texto integral, obtendo-se 39 artigos. Destes, utilizamos 7 trabalhos para embasamento do estudo, conforme objetivos esperados. Marco conceitual: Em vista da abundante fisiopatologia do novo coronavírus, as necropsias atuam indispensavelmente na detecção da causa mortis por esta doença, que cursa com uma alta frequência de trombose venosa profunda (TVP),embolia pulmonar, metaplasia escamosa, áreas pleurais hiperêmicas (com denso infiltrado inflamatório), além da hialinização do parênquima pulmonar advinda de dano alveolar difuso com múltiplos fibroblastos e pneumócitos alveolares, equivalentes patológicos da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG),cuja clínica sobrepõe-se aos achados microscópicos como resposta a uma pneumonia viral atípica.
RESULTADOS
Apesar dos riscos de contaminação se elevarem durante a realização das autópsias, há o desenvolvimento de novas técnicas e a utilização de métodos menos invasivos que liberam menos aerossóis, o que garante melhor biossegurança. Vale ressaltar, também, o “CDC Guidance for SARS-CoV-2” do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (Center of Disease Control and Prevention) como principal orientador de paramentação e guia para a realização de exames in vivo e em cadáveres.
CONCLUSÃO
Ao realizar autópsias, os cuidados com a biossegurança devem cobrir as possibilidades de contaminação, utilizando-se de paramentações adequadas e de técnicas menos invasivas, para que, assim, a realização desse exame seja segura, contribuindo com o avanço e com o auxílio da Medicina Legal.
Referências bibliográficas
- CDC. Centers for Disease Control and Prevention. Collection and Submission of Postmortem Specimens from Deceased Persons with Known or Suspected COVID-19. Interim Guidance, 2020. Disponível em: <https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/hcp/guidance-postmortem- specimens.html>. Acesso em 19 de nov. 2020.
- Mohanty, Sambit K et al. “Severe acute respiratory syndrome coronavirus-2 (SARS-CoV-2) and coronavirus disease 19 (COVID-19) – anatomic pathology perspective on current knowledge.” Diagnostic pathology vol. 15,1 103. 14 Aug. 2020, doi:10.1186/s13000-020-01017-8
- Sapino, A. et al. The autopsy debate during the COVID-19 emergency: the Italian experience. Società Italiana di Anatomia Patologica e Citologia – SIAPEC. Virchows Archiv 2020.
- Sperhake, J.-P. Autopsies of COVID-19 deceased? Absolutely! Department of Legal Medicine, University Medical Center Hamburg-Eppendorf. Legal Medicine 47 (2020).