Os autores informam não haver conflito de interesse.
Ana Laura Araujo Valença de Oliveira (1)
Lara Moreira de Souza Farias (1)
Layane Xavier Sales (1)
Mylena Mayara Fonseca Vieira (1)
(1) Centro Universitário Tiradentes (UNIT-AL). Maceió, AL.
e-mail: ana.lvalenca@souunit.com.br
INTRODUÇÃO
A biópsia é fundamental para o diagnóstico de doenças e para identificar como elas afetam determinado órgão. Apesar das dificuldades em realizá-las em exames post-mortem em diversos países pelas restrições durante a pandemia da COVID-19, houve descobertas que provocaram mudanças no tratamento dessa patologia. Assim, analisou-se histologicamente que o vírus, embora acometa vários órgãos, possui tropismo por células dos alvéolos pulmonares, que justifica as alterações pulmonares encontradas.
MÉTODO
Trata-se de uma revisão bibliográfica integrativa desenvolvida a partir das bases de dados PubMed, SciELO e Scholar Google, com artigos classificados pelos unitermos “PATHOPHYSIOLOGY” AND “CORONAVIRUS” AND “BIOPSY”, obtendo-se 381 artigos, dos quais 18 foram selecionados para referência deste estudo.
MARCO CONCEITUAL
Através das biópsias, mesmo que limitadas, ficou compreendido que a patogenia do SARS-COV-2 resulta de replicação no trato respiratório superior, a advinda da afinidade da proteína S spike com os receptores da enzima conversora de angiotensina (ACE) e subsequente clivagem pela protease adjacente TMPRSS2.
RESULTADOS
Microscopicamente, o SARS-CoV-2 invade os pneumócitos alveolares e o epitélio ciliado das vias aéreas, causando metaplasia escamosa e hiperemia pleural, com infiltrado linfocítico severo e múltiplos fibroblastos junto à hialinização do parênquima pulmonar. Na imunohistoquímica, observou-se nas biópsias de pele achados dermatopatológicos com diferentes graus de lesão, como vasculite linfocítica, dano tecidual, inflamação, edema, necrose fibrinoide e trombose, apontando a positividade granular citoplasmática para a proteína spike SARS-CoV-2 nas células endoteliais da derme superior. A respeito da lesão de órgãos-alvo (LOA), há uma agressão endotelial no miocárdio cuja isquemia eleva a enzima cardíaca troponina, logo, a detecção do vírus na biópsia endomiocárdica é favorável ao alvo terapêutico da COVID-19, demonstrando a relevância desta para os métodos diagnósticos da doença.
CONCLUSÃO
Nota-se, então, a importância das técnicas imunohistoquímicas com o fito de esclarecer o mecanismo fisiopatológico da COVID-19, visando ao controle sobre a evolução do quadro viral.
Referências bibliográficas
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- Morris, G. Et Al. The pathophysiology of SARS-CoV-2: A suggested model and therapeutic approach. Life Sciences 258 (2020).
- Olwenyi, O. A. et al. Immuno-epidemiology and pathophysiology of coronavirus disease 2019 (COVID-19). Journal of Molecular Medicine, 2020.
- Wiersinga, W. J. et al. Pathophysiology, transmission, diagnosis, and treatment of Coronavirus Disease 2019 (COVID-19): A Review. JAMA. 2020;324(8):782-793.