Os autores informam não haver conflito de interesse.
Eduardo Andrade Ribeiro (1)
Mylena J. A. Ribeiro (2)
Heloysa J. A. Ribeiro (3)
(1) Prefeitura de Minaçu. Minaçiu, GO.
(2) Universidade de Rio Verde. Goianésia, GO.
(3) Faculdade de Ceres – FACERES. São Paulo, SP.
e-mail: earibeiro@gmail.com
INTRODUÇÃO
A exposição ocupacional e ambiental ao amianto pode acarretar várias doenças, tais como asbestose, câncer de pulmão, doenças pleurais e mesotelioma. Estas patologias possuem em média 10 a 30 anos de latência entre a exposição e o desenvolvimento da doença. Assim, o viés de memória leva a uma dificuldade na correlação entre a causa e o efeito na realização de perícias médicas nos expostos ao amianto. Este trabalho objetiva expor as dificuldades na realização de perícias médicas em expostos ao asbesto e a correlação destas com o longo período de latência para o adoecimento.
METODOLOGIA
Este estudo consiste em uma investigação de natureza qualitativa do tipo exploratória, realizada através da pesquisa documental com textos previamente selecionados contendo as palavras- chave amianto e perícia médica. Foram incluídos trabalhos publicados entre o período de 1970 a 2019, indexados no LILACS, Scielo e PUBMED.
MARCO CONCEITUAL
O Brasil ocupou mundialmente o 3º lugar em maior produção anual e o 4º lugar como maior consumidor de amianto, sendo este utilizado em mais de 3,5 mil produtos. Estima-se que cerca de 500 mil trabalhadores foram expostos ao amianto durante a jornada de trabalho. Além destes, existe uma parcela desconhecida de trabalhadores informais e usuários de materiais contendo asbesto expostos.
RESULTADOS
Alguns autores conceituam a invisibilidade social da asbestose ligada ao período de latência extremamente grande associada à falta de capacidade médica de diagnóstico. Esta incapacidade diagnóstica estaria também relacionada a dificuldade de perícia especializada em pneumoconiose, na qual o asbestose está incluída. Entretanto alguns autores descrevem como inconsistentes, incorretos e superestimados os dados utilizados para afirmação das doenças asbesto relacionada. Dessa forma, não ocorreria uma epidemia oculta ou subnotificação, mas sim ausência de doentes.
CONCLUSÕES
Existem divergências e antagonismos quanto a real população com doença asbesto relacionadas, havendo assim, uma dicotomia entre o impacto da exposição e a real ocorrência de patologia. É de suma importância que o perito ao analisar o periciando, suspeito de exposição ao asbesto, considere o período de latência muito longo, além da forma de exposição e carga de exposição ao amianto para que haja uma correta interpretação das evidências.
Referências bibliográficas
- Algranti, E. Epidemiologia das doenças ocupacionais respiratórias no Brasil. Epidemiol Doenças Respir, São Paulo, 1(3), p. 119-43, 2001. Instituto Brasileiro de Crisotila (IBC). Riscos à saúde decorrentes da crisotila. Disponível em: < http://www.ibcbrasil.org.br/quem-somos-institucional >. Acesso em: 13 Agosto 2020.