Os autores informam não haver conflito de interesse.
M. Augusto (1)
T. Nery (1,2)
(1) Companhia de Saneamento Básico do Estado de SP. São Paulo, Brasil.
(2) INCOR FMUSP. São Paulo, Brasil.
INTRODUÇÃO
No cenário de distanciamento social durante a pandemia de Covid 19, o telemonitoramento se tornou a alternativa para o acompanhamento de funcionários em fase de quarentena, à distância por equipes multidisciplinares quanto na triagem de novos casos para definir quais aqueles que desenvolveram a doença, que têm verdadeiros sinais de alerta e que devem comparecer a uma unidade hospitalar. Também está auxiliando os profissionais de saúde a entender os diferentes sintomas da Covid 19 e em quais grupos se tornou prevalente e/ou mais grave.
OBJETIVOS
Este trabalho apresenta como objetivo demonstrar alguns dados prevalentes da Covid 19 nesta população de trabalhadores de serviços essenciais, como sintomas predominantes, perfil mais acometido pela doença, gênero, faixa etária e ocupação.
MÉTODOS
De um total de 1443 funcionários elegíveis (1068 homens e 375 mulheres) foi realizado telemonitoramento com 100 funcionários, ao qual destes 40 funcionários testaram positivo para Covid 19, o restante foram contactuantes colocados em quarentena. Ambos foram monitorados por profissional da saúde por 14 dias e orientados de acordo com a evolução dos sintomas e da doença.
MARCO CONCEITUAL
Informações em tempo de pandemia, fundamental decisões e análises de saúde que contribuem no arcabouço epidemiológico das decisões periciais. Todas as informações devem ser utilizadas para viabilizar dados deicisórios periciais.
RESULTADOS
Dos 100 funcionários que necessitaram serem monitorados, 86 eram homens (53 testaram positivo) e 14 eram mulheres (07 testaram positivo). Os sintomas prevalentes para os que desenvolveram a doença foram falta de ar, cansaço, perda de apetite e do olfato. Dos 19 funcionários que necessitaram de internação todos eram homens (11 administrativos e 08 operacionais), sendo que destes 03 utilizaram terapia intensiva e dois necessitaram de ventilação mecânica. 02 não tinham doenças prévias nem estavam acima do peso. Os outros 16 funcionários todos tinham comorbidades (hipertensão arterial, diabetes, bronquite e obesidade). Todos tiveram alta hospitalar, sendo que 4 tiveram sequelas (trombos pulmonares, paralisia bulbar, confusão mental, lesão renal). A média de idade neste grupo é de 50 anos e 9 meses.
CONCLUSÃO
Devido a adoção do home office para a maioria dos funcionários, a taxa de infecção pelo Covid 19 foi menor que a prevista, porém os funcionários mais afetados são os que não podiam ficar nesta modalidade. O acesso a rede hospitalar é importante para aumentar a chance de sobrevida. Houve a prevalência de casos mais graves em pessoas com comorbidades e/ou acima do peso.
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