Sem categoria

VARIÁVEIS ASSOCIADAS A CASOS CONFIRMADOS DE VIOLÊNCIA SEXUAL INTRAFAMILIAR CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM PORTO ALEGRE/RS APÓS PERÍCIA MÉDICO LEGAL E/OU PSÍQUICA

Os autores informam não haver conflito de interesse.

Fernanda Garske Almansa (1)

Andrea Regner (1,2)

Maria de Fátima Fernandes Gea (2)

Beatriz Raffi Lerm (2,3)

Adriani Oliveira Galão (2)

(1) Universidade Luterana do Brasil (ULBRA)

(2) Hospital Materno Infantil Presidente Vargas (HMIPV)

(3) Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

e-mail: fernandagarske@live.com

INTRODUÇÃO

Violência é uma importante causa de adoecimento físico e psicológico crônico, principalmente quando ocorre dentro do lar da vítima¹. O objetivo deste trabalho é analisar variáveis demográficas e psicossociais que mostraram-se significativas nos casos confirmados de violência sexual contra crianças e adolescentes, cometidos por algum membro da família, após realização de perícia física e/ou psíquica.

MÉTODO

Estudo observacional, documental, de coorte retrospectiva, incluindo crianças e adolescentes, de 0 a 18 anos, atendidos no Centro de Referência ao Atendimento Infantojuvenil (CRAI) do Hospital Materno Infantil Presidente Vargas (HMIPV), por suspeita de violência sexual intrafamiliar, entre janeiro e dezembro de 2018 e que residiam em Porto Alegre na data da acolhida. Foi realizada análise documental dos registros assistenciais e prontuários médicos desses pacientes, sendo considerado significativo um p <0,05. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HMIPV, CAEE: 30091120.1.0000.5329.

MARCOS TEÓRICOS

A literatura vigente aponta como alguns dos fatores de risco para violência sexual intrafamiliar a vítima ser do sexo feminino, de cor branca, uso de álcool e/ou drogas pelo agressor e menor nível socioeconômico 2,3.

RESULTADOS

O estudo avaliou 493 crianças e adolescentes atendidas por suspeita de violência sexual intrafamiliar, das quais 334 (67,7%) tiveram a suspeita confirmada após a realização de perícias. A média de idade e o número médio de irmãos foram maiores nos pacientes com casos confirmados, em relação aos casos não confirmados. Foram encontradas correlações significativas cruzando o sexo dos pacientes, grau de parentesco com o abusador, presença de ideação suicida, necessidade de solicitação de exames sorológicos, escolaridade, necessidade de encaminhamento a outros serviços e instituição que encaminhou o paciente ao CRAI, em relação à confirmação da suspeita inicial.

CONCLUSÃO

Para proteger crianças e adolescentes da violência sexual intrafamiliar é necessário conhecer sua epidemiologia, a fim de aprimorar as políticas preventivas de saúde pública.


Referências bibliográficas

  1. FROTA, M.A.; MARTINS, H.F.C.; GONÇALVES, L.M.P.; et al. Percepção da criança acerca da agressão física intrafamiliar. Cienc Cuid Saude. v. 10, n. 1, p. 44-50, 2011.
  2. HABIGZANG, L.F.; KOLLER, S.H.; AZEVEDO, G.A.; et al. Abuso sexual infantil e dinâmica familiar: aspectos observados em processos jurídicos. Psic.: Teor. e Pesq. Brasília, v. 21, n.3, p. 341-348, 2005.
  3. MASCARENHAS, M.D.M.; MALTA, D.C.; SILVA, M.M.A.; et al. Violência contra a criança: revelando o perfil dos atendimentos em serviços de emergência, Brasil, 2006 e 2007. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.26, n. 2, p. 347-357, 2010.