Os autores informam não haver conflito de interesse.
Fernanda Yoshino (1)
Victória Marsura Caselli (1)
Daniele Muñoz Gianvecchio (2,3)
Athanase Christos Dontos (1)
(1) Universidade Santo Amaro. Santo Amaro, SP.
(2) Santa Casa de São Paulo. São Paulo, SP.
(3) Faculdade de Medicina da USP. São Paulo, SP.
E-mail: preceptoria_iof@yahoo.com.br
INTRODUÇÃO
A violência doméstica é a ação realizada por um integrante de uma família que esteja em relação de poder com outro, prejudicando sua integridade. A violência desperta preocupação Social, Jurídica e de Saúde Pública. Na pandemia do COVID-19, as estratégias de enfrentamento visam a prevenção da transmissão como isolamento social. Essa medida está associada à um risco elevado de violência doméstica pela mudança na dinâmica familiar. O objetivo do trabalho é analisar se a pandemia de SARS COV2 impactou no número de casos de violência doméstica.
MÉTODO
Revisão integrativa da literatura onde foram encontrados 89 artigos na língua inglesa e portuguesa com bases cientificas do PubCovid-19, Scielo e Órgãos de Saúde Pública com os descritores: “Covid-19”, “violência doméstica”, “distanciamento social”, “abuso” e “pandemia”.
MARCO CONCEITUAL
Observa-se que o aumento da violência em períodos de confinamento se dá em razão da vulnerabilidade das vítimas em relação aos seus agressores, que, diante do isolamento social, passam mais tempo com as vítimas. A rotina, a falta de liberdade para sair de casa e a presença constante dos agressores aumenta a dificuldade de buscar ajuda, sendo relevante a observação do número de casos de violência doméstica na pandemia da COVID-19.
RESULTADO
Durante o período de pandemia, alguns fatores propiciaram o aumento da violência doméstica: as instituições de ensino e trabalhos encontram-se fechados, necessitando conciliar relações interpessoais do lar com teletrabalho e ensino à distância. Essa multitarefa, a crise econômica e irritabilidade pelas restrições impostas, aumentam os comportamentos agressivos. Além disso, muitas vezes, as mulheres dependem dos homens como responsabilidade financeira, tendo dificuldade na manutenção do sustento. Já os idosos, dependem de terceiros para realização de atividades, aumentando a convivência e sobre carregando cuidadores, o que pode gerar maiores tensões.
CONCLUSÃO
O confinamento dificulta o alcance das vítimas de violência doméstica, que não têm suas necessidades básicas atendidas e suas relações estão afetadas. Assim, é proposto a garantia de atendimento em tempo integral através de canais de comunicação e estabelecimento de medidas para organização da rotina, fortalecimento de laços afetivos e transformações positivas nas relações familiares.
Referências bibliográficas
- Azevedo M A. Violência doméstica contra crianças e adolescentes: compreensão do fenômeno no Brasil, pp. 1-19. In Anais da I Jornada Internacional sobre a Infância e Violência Doméstica/Proteção e prevenção. Laboratório da Criança LACRI/IPUSP, São Paulo.
- Gulati G; Kelly B D. Domestic violence against woman and the COVID-19 pandemic: What is the role of the psychiatry? International Journal of Law and Psychiatry. Disponível em:<https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0160252720300534?via%3Dihub.> Acesso em 05 de nov. de 2020.
- Van Gelder N, Peterman A, Potts A, O’donnell M, Thompson K, Shah N, Oertelt-Prigioni: Reducing the risk of infection might increase the risk of intimate partner violence. EClinicalMedicine,100348. Disponivel em: <https://doi.org/10.1016/j.eclinm.2020.100348>. Acesso em 05 de nov. de 2020.
- BRASIL. Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Coronavírus: sobe o número de ligações para canal de denúncia de violência doméstica na quarentena. Disponivel em: https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2020- 2/marco/coronavirus-sobe-o-numero-de-ligacoes-para-canal-de-denuncia-de- violencia-domestica-na-quarentena. Acesso em 07 de nov de 2020.