Os autores informam não haver conflito de interesse.
Bruna Vieira Hernandez Mazetto (1)
Giovanna Mayumi Righi (1)
Julia Martins Cerri (2,3)
Daniele Muñoz Gianvecchio (2)
Athanase Christos Dontos (1)
(1) Acadêmica de Medicina da Universidade Santo Amaro (UNISA).
(2) Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
(3) Faculdade de Medicina da USP.
E-mail: cerrijulia@gmail.com
INTRODUÇÃO
O isolamento social exigido pela pandemia do coronavírus associado ao impacto nos empregos, à instabilidade financeira e aos altos níveis de tensão aumentaram os níveis de estresse nas famílias mais vulneráveis e, consequentemente, o risco de violência 1. Apesar de altamente prevalente, a violência familiar infanto-juvenil ainda passa despercebida e muitas vezes é negligenciada pela falta de intervenção das autoridades, visto que os pais são os principais responsáveis por este fenômeno 2. O objetivo deste trabalho é analisar a violência infantil durante a crise do COVID-19.
MÉTODO
Realizou-se uma revisão bibliográfica em base de dados como Google Scholar, Scielo e PubMed, do ano de 2020, nos idiomas português, inglês e espanhol.
MARCO CONCEITUAL
A esfera familiar, socialmente vista como acolhedora e responsável pelo bem-estar da criança e do adolescente, muitas vezes se torna a ameaça agressora para essa população. A vulnerabilidade é ainda maior durante o período de isolamento social, havendo um aumento das agressões. Neste sentido é importante lembrar que os danos sofridos tendem a perdurar e interferir no desenvolvimento biopsicossocial do indivíduo. Assim, o reconhecimento e uma adequada intervenção nesses núcleos familiares são de extrema necessidade².
RESULTADOS
Dados de organizações sociais e entidades não governamentais veiculados na mídia relatam aumento da violência contra crianças e adolescentes na pandemia do COVID-19. Houve um acréscimo de 7,4% no Distrito Federal; 8,5% no Paraná; 73% no Rio Grande do Sul e 32% em Pernambuco 3. Ademais, instituições que compõem a rede de proteção dessa população também denunciam a elevação do número de casos e alertam para a possibilidade de subnotificações da situação em função da recomendação de se permanecer em casa e da redução da jornada de trabalho dos serviços de amparo, como os conselhos tutelares 4.
CONCLUSÃO
Medidas de quarentena e restrições nos deslocamentos, necessárias para prevenir e/ou diminuir a taxa de transmissão da COVID-19, de um modo geral, modificam a rotina das famílias, incorporando novos focos de tensionamento e estresse 3. Assim, no intuito de mitigar esta situação, as esferas sociais, governamentais e de saúde devem trabalhar em conjunto para que as crianças e adolescentes sejam amparados e possam se desenvolver e progredir em uma sociedade em que a defesa dos direitos e bem-estar continue sendo uma prioridade 1.
Referências bibliográficas
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