Os autores informam não haver conflito de interesse.
Carla Patrícia Oliveira da Silva (1,2)
Bruno Gil de Carvalho Lima (1,2)
Gabriel Nascimento Silva (3)
Bruno Araújo de Jesus (3)
(1) Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. Bahia, Brasil.
(2) Instituto Médico-Legal Nina Rodrigues. Bahia, Brasil.
(3) Universidade Federal da Bahia. Bahia, Brasil.
e-mail: brunogil.lima@dpt.ba.gov.br.
INTRODUÇÃO
Reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS)¹ como um problema de saúde pública, a violência sexual revela o complexo contexto de poder que marca as relações sociais entre os sexos. Dadas as proporções da violência sexual, não restrita a sexo, idade, etnia ou classe social, que ocorreu no passado e, infelizmente, continua a assolar diferentes contextos no presente, é importante ressaltar que as mulheres seguem como as principais vítimas, podendo ocorrer em qualquer período de suas vidas8.
OBJETIVO
Analisar a relação entre o tempo decorrido do estupro decorrido do estupro à coleta de espécimes para os testes diagnósticos.
MÉTODOS
Foi conduzido um estudo transversal, retrospectivo, descritivo, pautado no levantamento de dados acerca do resultado de testes diagnósticos realizados em mulheres vítimas de violência sexual e uma possível influência do tempo entre a agressão e a coleta de espécimes para exames diagnósticos. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dum universo de 866 perícias, 96 foram incluídas no estudo, e evidenciaram o seguinte perfil: Mulheres jovens, em sua maioria pardas e negras, inseridas em alguma atividade profissional, oriundas da periferia de uma grande cidade ou da região metropolitana desta, solteiras, violentadas preferencialmente à noite por agressor desconhecido ou companheiro. A maioria das abordagens aconteceu na rua ou na casa da pericianda, predominando o coito vaginal, e apenas 36,4% dos boletins de ocorrência foram realizados em delegacias especializadas. Grande parte das vítimas recorreu ao serviço e foram examinadas de modo célere (<24 horas), culminando em maior detecção de espécimes em testes diagnósticos bem como com a tomada de medidas profiláticas.
CONCLUSÃO
Grande parte das vítimas recorreu ao serviço e foram examinadas de modo célere (<24 horas), culminando em maior detecção de espécimes em testes diagnósticos bem como com a tomada de medidas profiláticas. Neste contexto, é justo que se pense em melhores condições no atendimento a estas vítimas, com estruturação adequada dos serviços de saúde e treinamento para melhor acolhimento por parte dos profissionais.
Referências bibliográficas
- World Health Organization. Global and regional estimates of violence against women: prevalence and health effects of intimate partner violence and non-partner sexual violence. Geneva. [Internet] 2013; [acesso em 05 ago 2014]. Disponível: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/85239/1/9789241564625_eng.pdf?ua=1
- Oliveira, Eleonora Menicucci de, Barbosa, Rosana Machin, Moura, Alexandre Aníbal Valverde M de, von Kossel, Karen, Morelli, Karina, Botelho, Luciane Francisca Fernandes, & Stoianov, Maristela. (2005). Atendimento às mulheres vítimas de violência sexual: um estudo qualitativo. Revista de Saúde Pública, 39(3), 376-382. https://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102005000300007.
- Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Prevenção e tratamento dos agravos resultantes da violência sexual contra mulheres e meninas: norma técnica. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. 3ª ed. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2012.
- Organização Mundial da Saúde, & Krug, E. G. (2002). Relatório mundial sobre violência e saúde. Genebra: Organização Mundial da Saúde.