Felipe Mateus Moura Martins Bernardino(1)
Isabel de Lima Martins(1)
Kamila Lopes da Silva(1)
Maria Isabel Galdino de Sousa(1)
Thaís Soares Marques de Lira(1)
Silvana Aranha Trigueiro(2)
(1). Discente da Faculdade de Medicina Nova Esperança (FAMENE);
(2). Docente da Faculdade de Medicina Nova Esperança (FAMENE);
Introdução: A necropsia é o procedimento padrão para determinar as causas de morte e poder correlacionar com a clínica, epidemiologia e fisiopatologia das doenças. A atual pandemia do coronavírus e a possibilidade de transmissão através do manejo de corpos gerou preocupação, sendo agravada caso haja a falta ou uso inadequado dos equipamentos de proteção individual (EPI). Nesse contexto, os profissionais envolvidos ficam expostos ao risco de contaminação, sendo lançadas diretrizes para a prática de necropsias seguras frente ao covid-19. Esta revisão objetiva analisar a literatura disponível sobre necropsias na pandemia de Covid, e as recomendações existentes para que sejam realizadas.
Metodologia: Trata-se de uma revisão bibliográfica, com busca ativa nas bases de dados: Pubmed, Scielo e Cochrane. As palavras-chave utilizadas foram: Necropsia, Manejo de Corpos e Covid-19, segundo a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Foram pesquisados 12 artigos, sendo selecionados 4. Como critério de inclusão: trabalhos publicados no último biênio e de exclusão: publicação anterior a 2020.
Marco Conceitual: A necropsia é a abertura e a inspeção detalhada das cavidades e órgãos do cadáver, a fim de determinar a respectiva causa mortis, sendo que o perigo para o manejo dos corpos é atribuído principalmente às partículas em suspensão, após a abertura dessas cavidades, devendo-se, portanto, evitar ou tentar minimizar esses procedimentos.
Resultados: Segundo documentos de agências reguladoras internacionais, como a Organização Mundial Saúde (OMS), Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC), as recomendações para autópsias são de não realização da prática de acordo com o protocolo de biossegurança. Já nos casos em que a necropsia de um cadáver com causa provável ou confirmada pelo Covid-19 seja necessária, devem ser verificados os registros médicos ou epidemiológicos e trabalhar apenas com fluidos do corpo extraídos em punção.
Conclusão: Com a finalidade de reduzir a transmissibilidade da Covid-19 para os trabalhadores que atuam nas necropsias, é fundamental o uso adequado dos EPIs, além de ser necessário a realização de um treinamento relativo aos cuidados a serem adotados no âmbito das atribuições laborais, para que haja a máxima proteção.
Referências bibliográficas
- BATISTA, M. H.; DIÓGENES, S. S.; BARREIRA, E. B. Trabalho em tempos de Covid-19 : orientações para a saúde e segurança. Fortaleza: Imprensa Universitária, 2020.
- BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise em Saúde e Doenças não Transmissíveis. Manejo de corpos no contexto pelo coronavírus Sars-CoV-2 – Covid-19. Brasília: 2020.
- NOTA TÉCNICA COVID-19 Nº 50/2020-SESA/SSAS/SSVS. RECOMENDAÇÕES ACERCA DO MANEJO DE CORPOS NO CONTEXTO DA PANDEMIA DA COVID-19. Governo do Estado do Espírito Santo: 2020.
- VEGA JIMÉNEZ, J. La autopsia clínica como herramienta diagnóstica imprescindible para la crisis sanitaria por la COVID-19. Revista Cubana de Salud Pública, v. 46, p. e2520, 2021.