O comportamento adotado por policiais pode estar associado a traços de maior impulsividade, agressividade e menor resistência a frustrações. A taxa de suicídio na Policia Civil entre 2017 e 2018 no estado de São Paulo foi 6 vezes maior que a quantidade de policiais civis mortos em serviço. Considerando a problemática do elevado número de casos desses tipos de violência, o objetivo do presente estudo é descrever os dados da tentativa ao ato consumado de suicídio e dos casos de feridos e mortos em serviço nessa população específica no período de 2015 a 2019 no Brasil.

Resumos

VIOLÊNCIA EM SERVIÇO NA POLICIA CIVIL: UMA ANÁLISE DE 2015 A 2019

Matheus Santos Guimarães de Moura(1)

Luan Salguero de Aguiar(1)

Emilio Zuolo Ferro(2)

Carmen Silvia Molleis Galego Miziara(3)

Ivan Dieb Miziara(4)

(1). Faculdade de Medicina da USP/ Instituto Oscar Freire.

(2). Médico Residente de Medicina Legal e Perícia Médica do Departamento de Medicina Legal, Ética Médica, Medicina Social e do Trabalho da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

(3). Professora do curso de Especialização em Medicina Legal e Perícia Médica da FMUSP, e-mail: carmen.miziara@hc.fm.usp.b

(4). Professor titular da Faculdade de Medicina do ABC

INTRODUÇÃO: O comportamento adotado por policiais pode estar associado a traços de maior impulsividade, agressividade e menor resistência a frustrações. A taxa de suicídio na Policia Civil entre 2017 e 2018 no estado de São Paulo foi 6 vezes maior que a quantidade de policiais civis mortos em serviço. Considerando a problemática do elevado número de casos desses tipos de violência, o objetivo do presente estudo é descrever os dados da tentativa ao ato consumado de suicídio e dos casos de feridos e mortos em serviço nessa população específica no período de 2015 a 2019 no Brasil.

METODOLOGIA: Trata-se de um estudo observacional agregado, descritivo e transversal realizado através do levantamento do banco de dados do Ministério de Justiça e Segurança Pública no período de 2015 a 2019. A amostra é isolada ao efetivo da Policia Civil da ativa dos estados brasileiros e território nacional. Foram utilizadas variáveis qualitativas e quantitativas. A normalidade dos dados foi analisada pelo teste de Shapiro-Wilk e a correlação pelo teste de Kruskal-Wallis.

MARCO CONCEITUAL: A medida em que o Estado abre mão de políticas educacionais, ou se omite na questão dos direitos sociais e utiliza as forças de segurança como forma de contenção social, ele incentiva confrontos que tornam policiais e população potenciais vítimas. O fácil acesso à arma e o alto nível de estresse profissional são apontados como os principais fatores para a autolesão suicida. Questões de ordem psicológica que afetam o equilíbrio emocional dos policiais, como a atuação profissional com maior rigor, são fatores influenciadores na maior letalidade por causas de violência intencional.

RESULTADOS: Houve correlação estatística (p<0,05) entre região e proporção de policiais civis feridos em serviço. Com destaque para a região Sudeste com 37,98 feridos para cada 10.000 policiais. O estado do Espírito Santo com 17,8 feridos para cada 1000 policiais.

CONCLUSÕES: O cenário brasileiro é composto de elevadas taxas de policiais civis feridos em serviço. A Região Sudeste apresenta os maiores índices, podendo ser atribuído a situações de risco. O suicídio não apresentou significância estatística nessa população. Referências B


Referências bibliográficas

  1. Ouvidoria da polícia do estado de São Paulo. Uma análise crítica sobre suicídio policial. São Paulo, 2019.
  2. 14º Anuário de Segurança Pública, 2020, disponível em: https://forumseguranca.org.br/wpcontent/uploads/2021/02/anuario-2020-final-100221.pd