No início da década de 1970, foi introduzido no arsenal militar um novo tipo de arma de fogo com formato e funcionamento idênticos aos que já vinham sendo empregados há séculos por forças de diversos países, porém agora alimentados com uma munição de borracha ou plástico, cujo emprego visava conter os alvos sem provocar danos letais. Até os dias atuais as armas de fogo com projéteis menos letais são empregadas por forças policiais. 

Resumos

CARACTERÍSTICAS DAS LESÕES PROVOCADAS POR DISPAROS COM MUNIÇÃO MENOS LETAL: UMA VISÃO HISTÓRICA 

Os autores informam que não há conflito de interesse.

Orlando Victorino de Moura Junior

Ivan Dieb Miziara

Universidade de São Paulo 

INTRODUÇÃO/FUNDAMENTOS: No início da década de 1970, foi introduzido no arsenal militar um novo tipo de arma de fogo com formato e funcionamento idênticos aos que já vinham sendo empregados há séculos por forças de diversos países, porém agora alimentados com uma munição de borracha ou plástico, cujo emprego visava conter os alvos sem provocar danos letais. Até os dias atuais as armas de fogo com projéteis menos letais são empregadas por forças policiais. 

OBJETIVOS: Este trabalho visa expor quais as características das lesões provocadas por este tipo de munição, quais as partes do corpo mais acometidas, além de averiguar quais as sequelas mais frequentes e se há risco de óbito no seu emprego.

MÉTODOS: Foi realizada uma revisão bibliográfica no PubMed e todos os artigos e relatos de caso envolvendo lesões em humanos vivos provocados por esse tipo de munição foram analisados. Não foram utilizados filtros na pesquisa. 

37 artigos foram incluídos no presente estudo e, somados, expuseram um total de 932 lesões, sendo que 612 puderam ser classificadas entre contusas ou perfuro-contusas. os disparos por munições menos letais, apesar de serem conhecidas como “munição não-letal”, podem resultar em morte ou graves comprometimentos de órgão, sentido ou função, principalmente quando atingem regiões mais sensíveis do corpo humano, como a face ou olhos. 

CONCLUSÕS/CONSIDERAÇÕES FINAIS: Das lesões que puderam ser classificadas, 60% foram contusas e 40% perfuro-contusas. A cabeça foi a região mais acometida. Os olhos representaram 32% do total de lesões, o que justifica a perda visual como sequela mais relatada. O risco de óbito existe, sendo que 26 pessoas morreram devido às lesões decorrentes dos tiros. 


Referências bibliográficas

  1. Bruna Fernandes Coêlho. Histórico da Medicina Legal. R. Fac. Dir. Univ. SP v. 105 p. 355-362 jan./dez. 2010 2 Chaves de Carvalho, J. (2020). Evolução das armas de fogo. A Defesa Nacional, 51(603). 
  2. Eilen K. Metress and Seamus P. Metress. The anatomy of plastic bullet damage and crowd control. International Journal of Health Services, volume 17, number 2, 1987 4. Millar R, Rutherford WH, Johnston S, Malhotra VJ. Injuries caused by rubber bullets: A report on 90 patients. British Journal of Surgery. 1975 Jun; https://doi.org/10.1002/bjs.1800620613 …