Os autores informam que não há conflito de interesse.
Alessandra Carvalho Mariano (1)
Bruno Conte dos Santos (2)
Daniele Muñoz (3)
Valéria M.S. Framil (4)
Victor Alexandre Percínio Gianvecchio (5)
(1) Médica pós-graduanda em Perícias Médicas pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
(2) Médico pós-graduando em Perícias Médicas pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
(3) Professora do Curso de Especialização de Medicina Legal e Perícias Médicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
(4) Professora Colaboradora do Curso de Especialização em Medicina Legal e Perícias Médicas da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
(5) Professor de Medicina Legal e Pericias Médicas da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
INTRODUÇÃO: A violência doméstica sempre fez vítimas mulheres nas diversas classes sociais. Muitas se calam e aceitam as agressões pela dependência econômica ou emocional do agressor. Entretanto, são diversos os fatores que acarretam na omissão ou ausência de denúncia dessas práticas. Partindo disso, este trabalho busca analisar o perfil do agressor e da mulher vítima de violência doméstica em Cuiabá-MT no período de 2017 a 2020.
MÉTODO: Análise dos dados dos anuários das DEDM com base nas estatísticas oficiais publicadas pela Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Cuiabá (DEDM), dos anos de 2017, 2018, 2019 e 2020, disponíveis no site oficial da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso, destacando o perfil das vítimas e dos supostos agressores.
RESULTADOS: As estatísticas indicam que no ano de 2017 ocorreu um registro total de 2.718 vítimas de agressões do sexo feminino incluindo 16 vítimas com idade menor que 12 anos. Em 2018 foram realizados 3.054 atendimentos a vítimas de violência.
No ano de 2019 foram 3.022 atendimentos e no ano de 2020 foram atendidas 2.061. O perfil mais comum dessas vítimas neste período é de sexo feminino, solteira, cor parda, faixa etária entre 35 a 45 anos, escolaridade de Ensino Médio completo, desempregada, tendo vínculo com o suposto agressor como convivente ou ex-parceiro. Quanto aos supostos agressores, no ano de 2017 a Delegacia da Mulher de Cuiabá constatou que haviam 2.781 suspeitos de agressão a mulheres. No ano de 2018 foram 2.948 agressores; 3.070 em 2019; e 2.086 suspeitos em 2020. O perfil comum do suposto agressor é de sexo masculino, solteiro, cor parda, entre 35 a 45 anos, escolaridade Ensino Médio completo e desempregado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: A violência contra a mulher é resultado de uma cultura machista que submete a mulher às mais perversas formas de exploração e opressão. Políticas públicas transversais constituem um caminho para alterar esse cenário de violência. Conhecer o perfil do agressor e da vítima é de suma importância para sugerir, orientar e subsidiar as políticas públicas de combate, prevenção a essas práticas e assistência à mulher vítima de violência.
Referências bibliográficas
- CAMPOS, A.P.F. Homicídio: a última etapa do ciclo de violência contra a mulher. Cuiabá: UFMT, 2014. 2. DEDM. Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Cuiabá. Anuários de 2017 a 2020. DEDM/Cuiabá. Cuiabá: Polícia Judiciária Civil/Polícia Civil. Disponível em: www.pjc.mt.gov.br/