As autoras informam não haver conflito de interesse.
VIOLENCE AGAINST WOMEN: A STUDY ON THE PATRIARCHY ROOTED IN FAMILY STRUCTURES
Fabiana Dias Mol (1)
http://lattes.cnpq.br/2420159342864352 – https://orcid.org/0009-0000-5961-0979
Luciana de Paula Lima Gazzola (2)
http://lattes.cnpq.br/9008009112014979 – https://orcid.org/0000-0003-2896-9609
(1) Faculdade Supremo. Belo Horizonte-MG, Brasil (autora principal).
(2) Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Medicina. Faculdade Supremo. Belo Horizonte-MG, Brasil (orientadora).
E-mail: famolbio@gmail.com
RESUMO
Introdução: A violência é considerada uma das formas de violação dos direitos humanos e ocorre, de forma muito banalizada, em corpos femininos. O patriarcado, com sua formação machista, de controle e imposição de medo, impõe uma dominação do homem sobre a mulher, enquanto esta tem o dever de subordinação. Diante dessa realidade, este trabalho tem como objetivo atestar se há a influência do patriarcado, enraizado nas estruturas familiares, nos casos de violência contra a mulher. Material e Método: Foi realizada uma pesquisa quantitativa, com entrevistas, e uma revisão das respostas, como método de análise. Resultados e Discussão: Os resultados indicam que há, ainda, uma estruturação patriarcal nas relações familiares. Respostas significativas corroboram com a existência da formação conservadora e cultural, de hierarquia e poder masculino, dentro dos lares, podendo ter, na maioria dos casos, as diversas formas de violência de gênero como resultado. Conclusão: O combate à violência contra a mulher depende de mudanças na sociedade.
Palavras-chave: Violência contra a mulher, patriarcado, dominação-subordinação.
ABSTRACT
Introduction: Violence is considered one of the forms of violation of human rights and occurs, in a very trivial way, in female bodies. Patriarchy, with its sexist formation, of control and imposition of fear, imposes a man’s domination over women, while the latter has the duty of subordination. Faced with this reality, this work aims to attest if there is an influence of patriarchy, rooted in family structures, in the cases of violence against women. Material and Methods: A quantitative research was carried out, with interviews, and a review of the responses, as an analysis method. Result and Discussion: The results indicate that there is still a patriarchal structure in family relationships. Significant responses corroborate the existence of conservative and cultural formation, of hierarchy and masculine power, inside the homes, which may have, in most cases, the various forms of gender violence as a result. Conclusion: Combating violence against women depends on changes in society.
Keywords: Violence against women, patriarchy, domination-subordination.
1. INTRODUÇÃO
A violência constitui-se em uma das principais formas de violação dos direitos humanos, atingindo-as em seus direitos à vida, à saúde e à integridade física (1). O crime de gênero se dá pela violação ou ação violenta nas relações homem-mulher (2), ocorrendo, habitualmente, de forma intensa e muito banalizada, em corpos femininos. O termo ‘gênero’ é uma denominação que foi criada para distinguir papeis sociais de ordem patriarcal, criando, assim, polos de dominação e submissão (3).
Em 2022, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil registrou o maior percentual de vítimas de diferentes formas de violências doméstica no Brasil, sendo, por dia, quase 51 mil mulheres.
Diante disso, o trabalho trata do quanto o patriarcado está enraizado nas estruturas familiares e a consequente relação homem-mulher de dominação-subordinação. São históricos, especialmente em sociedades conservadoras, a formação machista que se impõe nos lares familiares e o autoritarismo masculino, que acarretam uma dominação infundada de poder sobre corpos femininos, tendo, como consequência, números elevados de crimes contra a mulher, muitas vezes cometidos por razão de gênero.
As altas taxas de assassinatos de mulheres do Brasil e no mundo demonstram, de forma clara, a magnitude da violência de gênero em sua forma mais extrema e cruel. As características das vítimas e dos óbitos são fundamentais para a formulação de políticas públicas de prevenção da violência e redução de mortes. No Brasil, as mulheres expostas à violência têm um risco de mortalidade oito vezes maior que o da população geral de pessoas do sexo feminino. Estima-se que 100 mulheres morrem semanalmente devido a exposição à violência (4).
Tem-se, portanto, que o patriarcado se consolida no controle e imposição de medo sobre as mulheres e, de certa forma, autoriza a violência de gênero, neste caso, de violência contra a mulher, por meio de uma organização social que privilegia o masculino (5). É importante desconstruir a ideia, ainda disseminada atualmente, de que violência doméstica só acontece em classes mais baixas, sendo sempre agressores homens pobres. A violência de gênero tem relação direta com a estrutura capitalista e patriarcal e é necessária a desmistificação dos preconceitos de classe para combatê-la (3).
Apesar das grandes conquistas das mulheres em diversos espaços, a base patriarcal continua a mesma. Ainda é possível constatar muitas situações que trazem o sexo masculino como dominador. Houve avanços no Direito, pois as disposições do Código Civil de 1916 sofreram significativas alterações com a promulgação do Estatuto da Mulher Casada, elaborado em 1962, o qual estabeleceu o exercício do poder familiar a ambos os pais e deixou de considerar a esposa como civilmente incapaz. Mas apenas na Constituição da República Federativa do Brasil promulgada em 1988 que o Direito Brasileiro reconheceu a igualdade entre homens e mulheres, inclusive na sociedade conjugal. Só não se pode desconsiderar que, ainda com a progressão da igualdade de gênero, quando as necessidades sociais das mulheres são levadas em conta, o são sob a ótica masculina (6).
Ressalte-se, também, a importante participação da brasileira Bertha Maria Júlia Lutz (1894-1976) – cientista, ativista, feminista, militante sufragista, bióloga, educadora, diplomata e política brasileira – que foi uma das poucas mulheres a participar da elaboração da Carta da ONU – documento lançado em 1945 que criou as Nações Unidas, com o objetivo de selar um pacto de paz global e estabelecer uma organização para promover a cooperação internacional, após um período de duas guerras mundiais.
A brasileira não se intimidou com a forte oposição das delegações norte-americana e britânica ao tema e conseguiu pautar uma discussão fundamental no debate: a igualdade de gênero, garantindo que o documento citasse explicitamente “a igualdade de direitos de homens e mulheres”, entre outras questões (7). Além de sua fundamental colaboração citada, Bertha ainda contribuiu fortemente na luta pelo voto feminino.
Com esse largo histórico de violência de gênero e violência contra a mulher na sociedade brasileira, criada pelo patriarcado e reafirmado por diversos comportamentos machistas e misóginos, foi aprovada e publicada, em 2006, a Lei Maria da Penha – Lei nº 11.340/2006 – com o propósito precípuo de punir atos de violência contra mulher. Essa lei foi o marco de uma trajetória em busca de justiça durante 19 anos e 6 meses por Maria da Penha Maia Fernandes, vítima de dupla tentativa de feminicídio por parte de Marco Antonio Heredia Viveros, seu marido à época (8).
É lamentável e visível o que todo histórico de poder masculino, de uma criação patriarcal, trouxe para as famílias e ainda persiste em muitos lares. Há grandes e tristes exemplos em países que são dominados por uma religião que prega essa relação de dominação-subordinação e por um conservadorismo extremo. Há, ainda nos dias de hoje, mulheres, como as mulçumanas, que são penalizadas, cruelmente, por vezes até apedrejadas até a morte, por terem sido estupradas e terem denunciado tal ocorrido. Elas são culpabilizadas pelo crime, pois o governo local entende que as mulheres são as causadoras do abuso sexual, como se elas induzissem o estuprador a cometer a agressão.
A violência contra a mulher não é um fenômeno natural, com base na maior força física do homem e na fragilidade da mulher; tampouco é um ato isolado, próprio das classes mais baixas – a título de exemplo, a própria Maria da Penha, farmacêutica bioquímica com mestrado em Parasitologia, que conheceu o seu futuro agressor durante a pós-graduação, que também era aluno na mesma instituição. Trata-se, na verdade, de um fenômeno próprio das sociedades patriarcais, que estabelecem uma relação de dominação-subordinação entre homens e mulheres. Só haverá, portanto, uma real libertação, emancipação e empoderamento das mulheres quando houver a superação desta estrutura machista e patriarcal.
Nesses fatos reside a importância para toda uma sociedade, que ainda vive com consequências do patriarcado, da abordagem elaborada nesse trabalho. Diariamente há diversos casos de violência contra a mulher, sendo uma parcela considerável subnotificada, pois muitas mulheres não conseguem denunciar por diferentes motivos. Espera-se que esse debate, juntamente com programas sociais do governo, possa conscientizar a população, principalmente a masculina, de que não há um poder sobre as mulheres e que estas têm os mesmos direitos, deveres e a devida liberdade como ser humano que os homens sempre tiveram.
Dessa forma, analisou-se, através da aplicação de um questionário a um público de diferentes idades, sexo, estado civil e escolaridade, o quanto se tem a influência dos ensinamentos patriarcais, machistas e conservadores nas relações homem-mulher e nos casos tão recorrentes de agressão, com o objetivo de identificar, conforme se espera, os fatores patriarcais que levam a essas ocorrências. Objetivou-se, ainda, identificar a predominância de comportamentos que levam ou podem levar à violência contra a mulher. Os resultados serão importantes para compreender o patriarcado enraizado nas estruturas familiares de dominação-subordinação.
Nesse trabalho, espera-se que a influência machista dos pais e avós interfira, ainda nos dias de hoje, nos comportamentos masculinos e, em uma parcela considerável, nas condutas femininas. Muitas atitudes humanas são reflexos do que se vivencia na infância e no convívio com os familiares. Portanto, é esperado que pessoas que conviveram intensamente com seus pais e avós em uma estrutura patriarcal, na qual o poder masculino exercia dominação sobre as mulheres, tendam a manter esse comportamento ou tais referências em uma relação conjugal.
Nesse contexto, apresenta-se como a mais relevante pergunta da pesquisa: há influência do patriarcado, enraizado nas relações familiares de dominação e subordinação, nos casos de violência contra mulher?
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. O PATRIARCADO E A HIERARQUIA DE GÊNERO
As sociedades patriarcais vivenciam uma grande diferença entre a construção dos sexos masculino e feminino. O homem, a partir do falo, é construído social e historicamente como ser dominante, aquele que foi educado para comandar, prover, trabalhar, conviver em espaços públicos e atingir seus objetivos pessoais, profissionais e financeiros. Ao passo que a mulher é aceita, socialmente, para cuidar dos outros, do lar e da família, devendo ceder, obedecer e se preservar, permanecendo no espaço privado (3).
Com essa polarização, o sexo masculino é visto como o ser forte, racional, dominador e chefe de família, enquanto o feminino é o sexo frágil, domesticável, dominado, emotivo e dócil (3). Adjetivos estes que são, infelizmente, usados até os dias de hoje, em uma sociedade ainda alimentada pelo machismo. Essa ideologia sexista coloca o homem tal como foi construído no patriarcado, como aquele que sabe o que é melhor para a mulher e para a sua família.
No Brasil e em vários outros países, principalmente os mais conservadores, o patriarcado é a base das estruturas familiares. Esse conceito, de dominação do homem sobre a subordinação da mulher, é histórico, primitivo e permanece presente. O homem sempre foi visto como o “dono” da mulher. O pai sempre foi o autoritário e soberano dentro de casa. E, com o casamento, a mulher deixava de ser de “posse” do pai para ser do marido (9). Simbolicamente, temos essa representação nas cerimônias de casamento, quando a noiva entra do lado direito (pois pertence ao pai), no altar fica do lado esquerdo e, após a cerimônia (após declarados casados), a mulher sai ao lado direito do homem (pois agora ela já pertence ao marido). Com tanto poder, o homem podia tudo contra a mulher, inclusive violentá-la (3).
2.2. A VIOLÊNCIA DE GÊNERO
Segundo a Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres (2011), a violência pode atingir homens e mulheres com proporções e maneiras diferenciadas. Os homens, normalmente, são vítimas de uma violência praticada em espaços públicos e por causas diversas (como, por exemplo: brigas de trânsito, por discussões em torcidas organizadas de futebol, acidentes automobilísticos e, na maioria das vezes, devido ao intenso uso de bebidas alcoólicas). Já as mulheres sofrem cotidianamente com a violência, de uma forma predominante dentro de seus próprios lares, sendo muitas vezes praticada por pessoas íntimas, de seu convívio, por seus companheiros e familiares.
A violência contra as mulheres é reconhecida como um dos principais problemas de saúde pública global, persistindo nas sociedades até os dias atuais (4) e manifesta-se de diferentes formas – doméstica, psicológica, física, moral, patrimonial, sexual – sendo, também, um fenômeno que atinge mulheres de diferentes classes sociais, origens, idades, regiões, estados civis, escolaridade, raças e até mesmo orientação sexual (Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, 2011).
As violências de gênero são produzidas em contextos e espaços relacionais e, portanto, interpessoais, que tem cenários societais e históricos não uniformes. A centralidade das ações violentas incide sobre a mulher, quer sejam estas violências físicas, sexuais, psicológicas, patrimoniais ou morais, tanto no âmbito privado familiar como nos espaços de trabalho e públicos. […] a expressiva concentração deste tipo de violência ocorre historicamente sobre os corpos femininos e […] as relações violentas existem porque as relações assimétricas de poder permeiam a vida rotineira das pessoas (10).
2.3. A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
As autoras Kalline Flávia S. Lira e Ana Maria de Barros (10) descreveram que “a violência é uma força intencional, não necessariamente física, que provoca dano contra alguém. A violência pode ser expressa através da opressão, do abuso da força, do preconceito, agressão física ou verbal, entre outras formas”. Sabe-se que a violência contra as mulheres existe desde a antiguidade e, por muito tempo, essa violência foi socialmente aceita, pois o “crime de honra” era permitido e justificado pelo conceito de que “homem que é homem lava honra com sangue”. Uma realidade que desencadeou a tolerância atual ao fenômeno (10).
Os casos de estupro já foram tratados como tendo o comportamento da vítima como causa e as mulheres casadas vítimas dessa violência só poderiam denunciar o crime se autorizadas pelo marido. Foi descrito, em uma pesquisa realizada pelo Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres, que, na maioria das vezes, os delegados e investigadores duvidavam das mulheres. Para Bárbara Madruga da Cunha (3), “o Direito patriarcal impregna o Estado e é dele que deriva a liberdade civil”.
Historicamente em julgamentos de feminicídio, avaliava-se a vida da vítima justificando que ela não desempenhava adequadamente o papel de uma boa esposa mesmo quando as partes já não estavam casadas. Os principais argumentos para inocentar o acusado eram a legitima defesa da honra e a coação irresistível, adotados como justificativas para a violência causada pelo comportamento da mulher, que agrediu a honra do acusado ou que o levou a matá-la.
A partir daí viu-se nascer uma nova lógica argumentativa na acusação. Foi necessário convencer o júri a julgar especificamente o ato criminoso, de forma a considerar os direitos e deveres dos indivíduos. Afirma-se, assim, a condição da mulher como cidadã de plenos direitos, devendo ter seu direito à vida plenamente tutelado. Conquista essa, em grande parte, devida ao conjunto de discursos feministas que foram ganhando força e visibilidade na época, pelo Conselho Nacional dos Direitos da Mulher.
Conforme dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) publicados em 2021, ao longo da vida, uma em cada três mulheres – cerca de 736 milhões de pessoas – é submetida à violência física ou sexual por parte de seu parceiro, por consequência de um relacionamento abusivo, ou violência sexual por parte de um não parceiro, gerando graves danos à saúde mental e física das vítimas. Em países sul-asiáticos, marcados por normas conservadoras e patriarcais, esses números podem ultrapassar 50% das mulheres (11). O ponto final dessa violência contra a mulher, muitas vezes, é o feminicídio, cometido por razões de gênero.
2.4. A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E A ARGUMENTAÇÃO BIOLOGISTA
A violência contra a mulher, apesar de ser muito debatida atualmente, é fato institucionalizado há muitos anos, o que acarreta certa banalização do tema. Essa violência já foi justificada por pressupostos biológicos bem duvidosos, que, infelizmente, apontam a mulher como ser frágil, de menor força física e capacidade racional reduzida. Há, ainda, uma argumentação biologista que defende uma suposta “natureza feminina” das mulheres que as faz terem comportamentos ilógicos e irracionais, com excessiva emoção, o que pode, muitas vezes, ser responsável por perderem o controle, provocando, dessa forma, a violência. Este discurso infundado e machista apenas naturaliza a violência de gênero para todos os tempos históricos, como fatos que sempre ocorreram, ocorrem e, se não se combater essa perspectiva, sempre ocorrerão (3).
3. METODOLOGIA
Essa pesquisa foi construída, quantitativamente, através de um formulário digital elaborado no Google Forms, com perguntas direcionadas, por um link virtual, a diversas pessoas com diferentes idades, formações, histórias e estruturas familiares. Tem-se, portanto, um estudo de caso baseado em uma investigação empírica, pois a análise se fez com base no comportamento e experiência dos entrevistados.
Ao receber o link virtualmente – https://forms.gle/fZA3JooJzVhVaZ8fA – a pessoa era direcionada ao formulário com uma pequena descrição do trabalho (figura 1): “Pesquisa de Campo – Este formulário é parte da metodologia de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Pós-Graduação em Ciências Forenses. Conto com a sua colaboração! É rápido, fácil e as respostas não serão identificadas.”
A técnica de coleta de dados escolhida foi por entrevista, com perguntas formuladas com respostas do tipo múltipla escolha. Havia também espaço disponível para relatos pessoais e/ou comentários relativos ao questionário, caso algum entrevistado se sentisse confortável para relatar alguma situação ou opinião. Foram 29 perguntas objetivas com respostas obrigatórias e uma pergunta aberta e livre. As entrevistas foram realizadas no período de 17 a 27 de março de 2023, somando 418 questionários respondidos. A revisão das entrevistas foi feita como método de análise de dados e comparações por combinações de respostas em gráficos gerados pelo programa Excel.
Listam-se a seguir as perguntas do questionário aplicado:
1. Sexo: feminino / masculino / outros
2. Idade: até 19 anos / 20 a 30 anos / 31 a 40 anos / 41 a 50 anos / 51 a 64 anos / + de 65 anos
3. Escolaridade: Ensino fundamental / Ensino médio / Graduação / Especialização / Mestrado / Doutorado / Pós-doutorado
4. Na sua infância, quais foram os seus principais brinquedos: Bola / Carrinho / Jogos diversos / Bonecos de luta / Kit de cozinha (fogãozinho, panelinha, etc.) / Kit de casinha (vassourinha, rodinho) / Brinquedos pedagógicos
5. Na sua infância, quem era responsável pelos afazeres domésticos: Pai / Mãe / Pai e mãe / Outros
6. Quando criança, quem foi o responsável pela sua educação e cuidados diários: Pai / Mãe / Ambos na mesma proporção / Outros
7. Na sua adolescência/vida adulta, quem era responsável pelos afazeres domésticos: Pai / Mãe / Só as mulheres da casa (mãe e filhas) / Só os homens da casa (pai e filhos) / Todos que moravam na casa (pai, mãe e filhos) / Outros
8. Como foi/é o casamento dos seus pais: Uma relação de dominação (pai) e subordinação (mãe) / Uma relação de dominação (mãe) e subordinação (pai) / Não teve/tem um dominador ou um subordinado, ambos tiveram/têm a mesma parcela de responsabilidade e deveres / Não sei responder. Pais separados/Não convivi com os meus pais
9. Como foi/é o casamento dos seus avós: Uma relação de dominação (avô) e subordinação (avó) / Uma relação de dominação (avó) e subordinação (avô) / Não teve/tem um dominador ou um subordinado, ambos tiveram/têm a mesma parcela de responsabilidade e deveres / Não sei responder/Não convivi com os meus avós/Não conheci os meus avós
10. Em um casamento, você acha que a esposa deve ao marido: Obediência / Respeito / Os dois
11. Em um casamento, você acha que o marido deve a esposa: Obediência / Respeito / Os dois
12. Como você foi ensinado/a na infância: Que o pai mantém a autoridade sobre a mulher e os filhos / Que a mãe mantém a autoridade sobre o homem e os filhos / Que o pai e a mãe, juntos, tem a mesma autoridade em casa e sobre os filhos
13. Como seus pais foram ensinados por seus avós: Que o homem é o tomador de decisões da casa e que a mulher deve obedecer / Que a mulher deve ficar responsável apenas pelas atividades do lar / Que ambos, juntos, são tomadores de decisões e responsáveis pelas atividades do lar
14. Como você foi ensinado pelos seus pais? Que o homem é o tomador de decisões da casa e que a mulher deve obedecer / Que a mulher deve ficar responsável apenas pelas atividades do lar / Que ambos, juntos, são tomadores de decisões e responsáveis pelas atividades do lar
15. Hoje, como você entende que deve ser? Que o homem é o tomador de decisões da casa e que a mulher deve obedecer / Que a mulher deve ficar responsável apenas pelas atividades do lar / Que ambos, juntos, são tomadores de decisões e responsáveis pelas atividades do lar
16. Na sua opinião, existe (ou deve existir) um dominador numa relação conjugal? Sim / Não
17. Em uma relação (namoro, casamento), você acha que a mulher é sinônimo de posse do homem? Sim / Não
18. Para você, um homem casado pode ter amigos (homens e mulheres)? Não / Sim / Só amigos
19. Para você, uma mulher casada pode ter amigos (homens e mulheres)? Não / Sim / Só amigas
20. Você concorda com o ditado “em briga de marido e mulher não se mete a colher”? Sim / Não
21. Para você, o que é considerado agressão? (Pode selecionar mais de uma) Xingamentos / Brigas / Tapas / Empurrões / Relação sexual não consentida / Gritos / Proibições
22. Você já foi agredido/agredida fisicamente? Sim / Não
23. Conhece alguma mulher que foi agredida? Sim / Não
24. Você já agrediu? Sim / Não
25. Conhece algum homem que já agrediu? Sim / Não
26. Para você, uma agressão (violência contra a mulher) é consequência do comportamento de quem: Do homem / Da mulher / De ambos
27. Na sua opinião, em um relacionamento, a relação sexual deve acontecer sempre que: O homem quiser / A mulher quiser / Ambos quiserem
28. Para você, é possível existir estupro numa relação conjugal: Sim / Não
29. Ao presenciar uma violência contra mulher, o que você faz: Interfiro / Denuncio / Ignoro
30. Sobre essa pesquisa de campo, você deseja deixar alguma mensagem?
4. RESULTADOS
Após o período de entrevistas foram obtidos 418 questionários preenchidos. Os resultados foram analisados através de gráficos elaborados, individualmente, pelo próprio Google Forms e, também, por diagramas gerados pelo Excel, de forma a possibilitar a comparação de dois ou mais fatores (perguntas).
Apresentam-se, a seguir, os principais resultados analisados.
Das 418 entrevistas realizadas, 286 entrevistados identificaram-se como do sexo feminino, 131 como masculino e 1 como “outros”. Quanto à idade, 62,9% dos entrevistados tinham entre 20 e 40 anos.
No tocante à representatividade da amostra obtida, ressalte-se que os questionários foram distribuídos por mídias eletrônicas a pessoas de diferentes localidades, não tendo sido selecionada determinada amostra populacional ou regional. Tal fato dificulta a análise da representatividade em relação a um recorte populacional. No entanto, considerando o percentual de 51,5% da população brasileira composta por mulheres e 48,5% por homens, conforme o Censo Demográfico de 2022 do IBGE (12), observa-se que um percentual maior de mulheres optou por responder ao questionário (68,4%), o que pode se relacionar à própria temática abordada. Da mesma forma, a grande proporção de adultos entre 20 e 40 anos que aceitaram responder ao questionário, indivíduos com mais amplo acesso aos meios informatizados por meio dos quais os formulários foram divulgados e distribuídos.
Quanto aos brinquedos da infância, em pergunta que poderia ter mais de uma resposta, o gráfico 1 demonstra os resultados quantitativos.

Das 418 pessoas entrevistadas, 284 informaram que a mãe era a única responsável pelos afazeres domésticos (gráfico 2). 70 pessoas marcaram ambos (pai e mãe), enquanto apenas duas pessoas afirmaram o pai como responsável pelas atividades do lar. Ressalte-se que, quando a mesma pergunta foi feita considerando-se a faixa da adolescência e vida adulta dos entrevistados, não houve nenhuma alegação do pai como responsável por essas atividades domésticas.

Questionados sobre o relacionamento/casamento dos ascendentes, 47,6% dos entrevistados afirmaram não haver um dominador ou um subordinado no casamento dos pais e que ambos tiveram a mesma parcela de responsabilidade e deveres. Já no tocante ao casamento dos avós, 51,2% afirmaram haver uma relação de dominação (avô) e subordinação (avó). Em pergunta subsequente, 11.2% dos entrevistados afirmaram que tanto o marido como a esposa devem respeito e obediência ao cônjuge. Mais de 88% afirmaram apenas respeito.
Quase metade (47,6%) dos entrevistados afirmaram que os pais aprenderam com os avós que o homem é o tomador de decisões da casa e que a mulher deve obedecer. Já 74,4% afirmaram terem eles mesmos aprendido com os pais que ambos (homem e mulher), juntos, são tomadores de decisões e responsáveis pelas atividades do lar.
Dentre os 418 entrevistados, 396 afirmaram que não existe (ou não deve existir) um dominador numa relação conjugal e 22 responderam que sim. 31 pessoas afirmaram que as mulheres casadas só podem ter amigas.
Questionados acerca da concordância com o ditado “em briga de marido e mulher não se mete a colher”, 351 pessoas disseram não concordar com o ditado, enquanto 67 (16%) responderam que concordam.
De todos os entrevistados, 297 responderam que nunca foram agredido(a)s (71,1%) e 121 afirmaram que já foram agredido(a)s (28,9%). Ao serem questionados se conhecem alguma mulher que já foi agredida, 85,2% afirmaram que sim. De todos os entrevistados, 350 responderam que nunca agrediram (83,7%) e 68 pessoas afirmaram que já agrediram (16,3%). E das 418 respostas, 332 são de pessoas que conhecem homens que já agrediram (79,4%) e 86 afirmaram não conhecerem.
Questionados sobre se a violência contra a mulher é consequência do comportamento do homem, da mulher ou de ambos, 253 entrevistados afirmaram que a agressão é consequência do comportamento do homem e 163 (39%) responderam que é consequência do comportamento de ambos (homem e mulher). Duas pessoas marcaram o comportamento da mulher como gerador de uma agressão.
De todos os entrevistados, 417 responderam que a relação sexual deve acontecer sempre que ambos (homem e mulher) quiserem e uma pessoa marcou sempre que o homem quiser. Já 388 afirmaram que é possível existir estupro numa relação conjugal (92,8%) e 30 pessoas responderam que não é possível (7,2%).
De todos os entrevistados, 243 afirmaram que, ao presenciarem uma violência contra a mulher, denunciam a agressão. 164 interferem e 11 pessoas responderam que ignoram (gráfico 3).

5. DISCUSSÃO
Após análise dos resultados, foi possível identificar o quanto o patriarcado ainda está presente nas estruturas familiares.
Constata-se que, das 286 mulheres entrevistadas, 202 delas tinham brinquedos como kit casinha e kit cozinha (panelinhas, fogãozinho, vassourinha, rodinho) durante a infância e apenas um homem, dos 131 entrevistados, citou esses brinquedos como brincadeiras na infância.
Alguns relatos foram fornecidos, como “é preciso mudar alguns hábitos como a menina tem brinquedos que já incite a responsabilidade de cuidar de casa e filhos com os brinquedos e aos meninos os brinquedos de diversão e prazer”. Isso demonstra ainda mais a parcela de responsabilidade e limite que os adultos impõem às crianças de como elas devem se comportar quando adultas.
Tal resultado também explica o total de 284 entrevistados (dentre os 418) que declararam a mãe como única responsável pelos afazeres domésticos, pois essas mães foram ensinadas assim pelos seus pais e, consequentemente, repassaram o mesmo para suas filhas. E a sociedade tende a replicar esse comportamento todos os dias separando brinquedos de meninas e brinquedos de meninos, enquanto brinquedo deve ser para criança, sem distinção de gênero.
Ressalte-se também a comparação de como os entrevistados, bem como seus pais e avós foram ensinados. No gráfico 4, demonstra-se a referência de “o homem é o tomador de decisões da casa e que a mulher deve obedecer e ficar responsável apenas pelas atividades do lar” e temos como respostas os valores significativos de 219 pessoas relatarem que os avós foram ensinados dessa forma; observando-se, também, a redução quando se trata dos ensinamentos aos pais e aos entrevistados.

Como consequência dessa predominância das mulheres nas atividades da casa, 256 pessoas relataram que, durante a infância, a mãe foi responsável pela educação e cuidados diários. Foi identificado também que os afazeres domésticos tiveram a mulher como predominância, tendo 247 afirmações que as mães e/ou mulheres da casa (mãe e filhas) eram as responsáveis pelas atividades do lar, o que reafirma a subordinação da mulher dentro de uma estrutura familiar. Dentre os relatos, uma senhora de 65 anos afirmou que, na sua infância e adolescência, foi ensinada pelo seu pai que “a mulher não deve estudar, deve apenas cuidar da casa e dos filhos”.
O gráfico 5 é significativo sobre o quanto o patriarcado foi a base dos casamentos dos avós dos entrevistados e, muito provavelmente, da maioria dos casamentos à época. Das 418 pessoas que responderam ao questionário, 214 informaram que, no casamento dos avós, o homem tinha o poder de dominação sobre a mulher e 98 pessoas não souberam responder. O poder do homem sobre a mulher permaneceu na relação dos pais, ainda que com valores menores que quando comparado com os casamentos dos avós. Tal diferença pode estar diretamente relacionada aos movimentos feministas, que proporcionaram um despertar social dos direitos mulheres.

Ao se relacionar a violência contra a mulher como consequência do comportamento de alguma das partes, observa-se que ainda é muito comum o relato de que também a mulher, ou seja, a vítima, é a responsável pela agressão. Das 418 pessoas, 73 (dos 131) homens e 90 (das 286) mulheres indicaram ambos (homem e mulher) como detentores de comportamentos responsáveis pela agressão (gráfico 6). Ainda é maior a quantidade de homens que fizeram essa afirmação comparando ao número de mulheres entrevistadas, o que consolida o quanto os homens banalizam a violência contra as mulheres agredindo-as e, principalmente, culpabilizando-as. Tal conclusão explica comentários como esse: “(…) quando eu vi a pergunta “ao presenciar uma violência contra a mulher o que você faz” ela importa em uma situação sem contexto, não sei se a mulher estava roubando a pessoa em questão e foi agredida, não sei se a mulher é uma perseguidora e tentou agarrar o homem a força e ele se defendeu, não sei se é um casal e o homem é agressivo (…)”. Nesse comentário, feito por um homem, é visível a condição de vítima em que ele coloca o homem, também justificando que a mulher agredida pode ser casada com um homem agressivo, como se essa condição fosse algo natural e aceitável dentro de uma relação.

O patriarcado impõe na sociedade uma relação de dominação sobre as mulheres, buscando legitimar, inclusive, a violência contra elas como forma de punição e castigo.
O gráfico 7 demonstra que quando se compara a questão de violência contra a mulher entre os gêneros, identifica-se que a maioria das pessoas conhece mulheres que foram agredidas, o que corresponde, aproximadamente, ao mesmo número de respostas positivas à pergunta “conhece algum homem que já agrediu?”. Entretanto, quando avaliada a questão “você já agrediu?”, os números são consideravelmente menores e desproporcionais à quantidade de mulheres que já foram agredidas. Ou seja, existem mais mulheres agredidas do que homens que consideram agredir ou ter agredido. Porém, os casos de violência contra a mulher envolvendo agressores do sexo masculino são confirmados diariamente em números exorbitantes.

O gráfico 8 demonstra as respostas sobre a concordância com o ditado “em briga de marido e mulher não se mete a colher”. De um total de 131 entrevistados, 32 homens afirmaram que concordam com o ditado, enquanto apenas 35 mulheres, do total de 286, responderam sim a essa pergunta. A maioria das pessoas que declararam “sim” está na faixa etária de 41 a 64 anos, geração que teve ensinamentos mais machistas e patriarcais comparando com faixas etárias mais jovens.

Ainda se nota, como constatado no gráfico 9, uma parcela considerável de pessoas que não consideram xingamentos, brigas, proibições e gritos como agressões. Dos 131 homens entrevistados, 81 marcaram todos e das 286 mulheres, 209 afirmaram todos como agressões.

São significativos relatos como esse: “apanhei enquanto criança da minha mãe, isso só reforça que apanhamos porque merecemos, reforça também que a vítima tem culpa por ser agredida. Isso, além de errado, é triste demais, procuro fazer completamente diferente com meu filho!!” A violência já foi tratada como forma de educação e, consequentemente, como forma de amor. Muitas mulheres que foram agredidas pelos pais na infância replicam essa relação nos relacionamentos conjugais, acreditando que a agressão é uma forma de amor e, com isso, passam a assumir a culpa da agressão, como já confirmado anteriormente.
6. CONCLUSÃO
Diante dos resultados desse trabalho, é possível concluir que o patriarcado ainda persiste nos comportamentos de homens e mulheres, certamente em proporções bem diferentes em relação aos comportamentos masculinos e femininos.
É possível constatar que a violência contra a mulher foi tida como algo normal e até como forma de correção de conduta pelas famílias do século passado e o que foi ensinado na infância ainda persiste nos relacionamentos desses atuais adultos. O machismo era um comportamento muito mais presente e permitido, visto que a mulher casada não tinha direitos reconhecidos à época; como consequência, a violência também era muito maior. Ressalte-se a dificuldade de identificar uma agressão à mulher quando feita em forma de xingamentos ou proibições, situações que constantemente aconteciam e foram normalizadas.
O patriarcado reproduz uma tendência de aceitação de domínio da mulher por um poder masculino; enquanto criança e adolescente, tal domínio era exercido pelo pai autoritário, quando adulta, repete-se o padrão de aceitação da conduta pelo marido. Esse comportamento naturaliza a condição de dominação-subordinação vivenciada por tantas mulheres.
Que as sociedades, partes fundamentais e únicas para uma necessária mudança estrutural, conceitual e comportamental, evoluam e respeitem corpos femininos com a dignidade devida. Que todas as mulheres possam ter e receber respeito, amor, empatia, liberdade e a certeza de autonomia sobre seus próprios corpos, que não são parte de ninguém.
7. AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos os envolvidos neste estudo, às pessoas entrevistadas, pelo tempo disponibilizado e a seriedade com o meu trabalho; à Faculdade Supremo e aos professores da pós-graduação, pela brilhante docência e atenção durante todo o período de curso; às meninas e mulheres, não só por serem tema da minha pesquisa, mas, principalmente, pela coragem, força, voz, luta, persistência, resistência e por enfrentarem, todos os dias, o machismo, a misoginia e o patriarcado. E, em especial, a professora e orientadora, Luciana de Paula Lima Gazzola, por tanto zelo e comprometimento. Seu profissionalismo, apoio, incentivo e ajuda, desde o primeiro momento, foram fundamentais para a concretização desse projeto.
A todos que, de alguma forma, contribuíram, participaram e apoiaram: Muito obrigada!
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