Os autores informam que não há conflito de interesse.
Suellen De Azevedo Mendes
Mateus Feliciano Resende Moura
Luciana de Paula Lima Gazzola
Cibele Fontes Alves
Alexander Santos Dionisio
Gabriela Maciel Campolina Cardoso
O éster de glicol é um composto altamente tóxico, utilizado principalmente como anticongelante em sistemas de refrigeração industrial, ele não entra diretamente em contato com produtos alimentícios ou farmacêuticos, mas é crucial para diminuir o ponto de congelamento dos fluidos refrigerantes. Apesar de eficiente, seu uso requer extrema precaução devido à sua alta toxicidade ao organismo humano.
A intoxicação por éster de glicol é rara no Brasil, geralmente ocorrendo por contaminação inadvertida de alimentos ou medicamentos, podendo levar a quadros graves e até fatais. Este trabalho ilustra um caso cujo desfecho foi morte por ingestão desse composto. A perícia, pelas particularidades e a infrequência de casos que perpassam a rotina do médico legista, foi realizada com grande dificuldade no que se refere à compreensão dos fatos e aos efeitos do veneno no organismo.
A complexidade da intoxicação por éster de glicol dificulta tanto o diagnóstico quanto a investigação criminal, dado que padrões específicos de comparação são escassos na literatura. Este relato destaca a importância de protocolos precisos de investigação toxicológica para casos similares, e na ausência deles, sirvam como embasamentos para que médicos legistas elaborem suas hipóteses, visando melhorar a eficácia das respostas periciais em situações de emergência. Ressalta -se, também, a importância do diálogo do médico legista com os peritos criminais, com os familiares, e em caso de sobrevida em ambiente hospitalar, com o médico responsável pelo cuidado. Essa análise conjunta, é fundamental para o entendimento da dinâmica do caso e elaborar um laudo pericial de qualidade.







