O objetivo desse trabalho é discutir e categorizar as áreas do desenvolvimento econômico e produtivo que mais ocasionam acidentes de trabalho nas cinco regiões do Brasil, relacionando com as principais patologias ocorridas.

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RELAÇÃO ENTRE CONCESSÕES E INDEFERIMENTOS DE BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS E O PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DAS CINCO REGIÕES DO BRASIL

Os autores informam que não há conflito de interesse.

Larissa Turim Alves (1)

Carolina Croffi Brunelli (1)

Daniele Muñoz (1)

Daniel Romero Muñoz (1)

Eduardo Costa Sá (1)

(1) Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

(2) Universidade Federal de São Paulo

INTRODUÇÃO: Os acidentes de trabalho são uma fonte significativa de preocupação para o Ministério da Previdência Social, sobretudo, pelos danos à saúde do trabalhador, sejam eles temporários ou indefinidos1 e aos gastos decorrentes de seus afastamentos. O objetivo desse trabalho é discutir e categorizar as áreas do desenvolvimento econômico e produtivo que mais ocasionam acidentes de trabalho nas cinco regiões do Brasil, relacionando com as principais patologias ocorridas.

MÉTODO: Foi realizado um estudo transversal, por meio da coleta de dados do Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho entre os anos de 2017 à 2021, disponibilizados pelo Ministério da Previdência Social. Foram analisadas as seções de estatísticas de acidente de trabalho referentes a distribuição de CID2,3 e CNAE4,5 por acidente de trabalho em cada grande região do Brasil.

RESULTADOS: O presente estudo analisou as cinco principais classificações de doenças e as cinco categorias de atividades econômicas de maior prevalência na distribuição de acidentes de trabalho em cada região do Brasil. De forma unanime nas cinco regiões do Brasil a área econômica mais associada a acidentes de trabalho foi área de “Atividades de atenção à saúde humana”, especificamente as atividades de atendimento hospitalar, com prevalência de 34.1% na Região Norte, 49,4% na Região Nordeste, 31,7% na Região Centro Oeste, 47,1% na Região Sudeste e 42,2% na Região Sul. A área de “Comércio varejista não-especializado” também teve considerável prevalência em todas as regiões, sendo de 19% na Região Norte, 15% na Região Nordeste, 13,3% na Região Centro Oeste, 17,9% na Região Sudeste e 14,6% na Região Sul. As demais áreas prevalentes variaram de acordo com as principais atividades econômicas locais, com destaque à “Transporte rodoviário de carga”, com prevalência de 10,7% na Região Sudeste e 10,4% na região Sul; e “Administração pública em geral” com prevalência de 15,8% na região Sudeste. Em relação as enfermidades mais prevalentes nos acidentes de trabalho no Brasil, foi observado o CID S61 (Ferimento do punho e da mão), seguido do CID S62 (Fratura a nível do punho e da mão), CID S93 (Luxação da articulação do tornozelo), CID S60 (Traumatismo superficial do punho e da mão) e CID S82 (Fratura da perna, incluindo tornozelo). De forma geral, as principais patologias relacionadas a acidentes de trabalho são referentes à ferimentos superficiais e fraturas de extremidades (mãos, tornozelos e joelhos), entretanto, a depender das principais atividades econômicas de cada região temos uma variação na prevalência de patologias específicas correlatas por grande área.

DISCUSSÃO: Os serviços de saúde são considerados ambientes insalubres, devido à alta presença de fatores nocivos à saúde dos trabalhadores, como por exemplo a exposição aos agentes biológicos, seja durante a assistência ou pelo contato com superfícies contaminadas6,7. A frequência demasiada de acidentes de trabalho na área da saúde é um alerta não somente sobre os riscos ocupacionais presentes, mas como à necessidade de reforço da cultura de prevenção de acidentes8,9. Há também o questionamento sobre a subnotificação de acidentes de trabalho10, especialmente nas áreas mais remotas do país que apresentam menor cadeia de suporte ao trabalhador.

CONCLUSÃO: O conhecimento sobre as principais áreas de risco aos trabalhadores e as principais patologias relacionadas aos acidentes de trabalho nos permitem ter uma visão do problema de modo a proporcionar uma abordagem preventiva mais direcionada a diminuição dessas ocorrências.


Bibliographical references