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ESTUDO RETROSPECTIVO DO PERFIL DOS MOTORISTAS PROFISSIONAIS COM NOTIFICAÇÕES DE CNH AO DETRAN SUBMETIDAS PELA PERÍCIA MÉDICA PREVIDENCIÁRIA

FERREIRA, Luciano Resende,

NASCIMENTO, Isabella Cotta do,

FERREIRA, Laura Cristina Rios,

FERREIRA, Lívia Helena Junqueira,

FREGONESI, Raísa Laisner,

SILVA, Glaucia Senna Martins da.

Introdução: A condição de saúde dos motoristas profissionais é um dos fatores importantes na manutenção da segurança do trânsito. Motoristas portadores de condições incapacitantes que podem colocar risco a ele e a terceiros deve ter a sua carteira nacional de habilitação (CNH) notificada junto ao DETRAN. Essa notificação ao DETRAN geralmente é realizado pelos peritos médicos previdenciários e auxilia os orgãos compententes de trânsito na avaliação do motorista profissional. Dessa maneira, é essencial a avaliação do perfil epidemiológico dos motoristas profissionais que tiveram a CNH notificada ao DETRAN, bem como as principais doenças associadas com este grupo de trabalhadores submetidos à perícia médica.
Objetivo: Este estudo teve como objetivo avaliar o perfil dos motoristas profissionais que que foram submetidos à perícia médica previdenciária e tiveram a CNH notificada ao.DETRAN.
Métodos: Este foi um estudo transversal envolvendo 84 motoristas profissionais recebendo benefícios previdenciários temporários por incapacidade da Agência da Previdência Social (APS) de Poços de Caldas do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) e que tiveram a CNH notificada junto ao Detran. Os motoristas foram avaliados a partir de novembro de 2014 até dezembro de 2015 e submetidos a uma análise estruturada para a coleta de dados da perícia médica incluindo: sexo, idade, tipo de veículo de condução (caminhões, ônibus e outros), tipo de carteira de motorista com habilitação especial ou não, exerce ou não atividade remunerada na CNH, classificação internacional de doenças (CID), tempo médio de CNH, e se a notificação era com data definida ou indeterminada.
Resultados: Os resultados mostraram que 97% dos motoristas eram do sexo masculino com idade média de 46,2 anos, variando entre 28 a 67 anos de idade; 47% eram motoristas de caminhão, 27 % motoristas de ônibus, e 26% eram outros motoristas, incluindo motoristas de ambulâncias, vans, taxis, veículos particulares e outros. Destes, 87% exerciam atividades remuneradas registradas na CNH e 43% apresentavam atribuições especiais de habilitação como habilitação de coletivo, produtos perigosos, veículos de emergência entre outros. Observou-se que 64% eram licenciados com a categoria D, 26% com a categoria E, 3% com a categoria C, 2% com a categoria B, e 23% eram categoria AE ou AD, sendo que 73% desse grupo tiveram afastamentos por doenças traumáticas associadas a acidentes motociclísticos. As doenças mais prevalentes foram lesões traumáticas com códigos S ou T (38%), seguida pelas doenças cardiovasculares, com código CID-10 I (17%), doenças psiquiátricas código F ( 16%) e pelas doenças músculo-esqueléticas com códigos M (12%), e doenças neoplásicas com códigos C (6%) seguido de outras com códigos variados (11%). Cerca de 60% dos casos tiveram notificação por período indeterminado. O tempo médio de habilitação da CNH foi de 23 anos variando entre 6 e 48 anos.
Conclusões: O perfil dos motoristas profissionais com CNH notificada ao DETRAN pela perícia previdenciária demonstrou que a maioria eram adultos do sexo masculino, caminhoneiros com carteira de motorista categoria D, apresentando doenças traumáticas e sequelares seguidas pelas doenças cardiovasculares e psiquiatricas. Estes dados visam ajudar as empresas e orgãos públicos a fim de que tomem medidas para prevenir a perda de tempo no trabalho e a prevenção das incapacidades causadas pelas principais doenças associadas com o afastamento do trabalho dos motoristas profissionais, incluindo a promoção da saúde e medidas preventivas de doenças traumáticas, cardiovasculares e psiquiátricas.
REFERÊNCIAS:
1-MURPHY LR. Job dimensions associated with severe disability due to cardiovascular disease. J Clin Epidemiol. 1991;44(2):155-66.
2-ACOEM. Preventing Needless Work Disability by Helping People Stay Employed. JOEM. 2006. Disponívek em : < http://www.acoem.org/PreventingNeedlessWorkDisability.aspx >. Acessado em 03/03/2016.
3-TSE JLM, Flin R, Mearns K. Bus driver well-being review: 50 years of research. Transportation Research Part F: Traffic Psychology and Behaviour. Volume 9, Issue 2, March 2006, Pages 89–114.


Referencias bibliográficas